quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Obituário: Tony Curtis


03 de Junho de 1925 - 29 de Setembro de 2010

Faleceu, aos 85 anos, o actor Tony Curtis, vítima de paragem cardíaca. Pai da actriz Jamie Lee Curtis, foi um dos actores mais populares e influentes nos anos 50, tanto que foi indicado pelo próprio Elvis Presley como uma influência. Contracenou ao lado de Marilyn Monroe em Some Like It Hot e foi nomeado para o Óscar de Melhor Actor por The Defiant Ones (1958).

Obituário: Greg Giraldo


10 de Dezembro de 1965 - 29 de Setembro de 2010

Faleceu, aos 44 anos de idade, o comediante Greg Giraldo, vítima de overdose acidental com medicamentos prescritos. Especialmente conhecido pelas suas performances de stand-up comedy, participava regularmente no programa Tough Crowd with Colin Quinn. Teve participações pontuais no cinema em filmes como Game Day. Recentemente trabalhava como júri no programa Last Comic Standing.

Vencedores do passatempo "A Fada dos Dentes"



Embora os prémios já tenham sido entregues há algum tempo, ficou em falta a lista de vencedores do DVD A Fada dos Dentes, que publicamos em seguida:

Andreia Isabel Oliveira da Silva
Maria Gabriela Caldeira Lima
Maria Miguel Pires Cravo Pinto

© 2010 FOX. Distribuído por CLMC – Multimédia, S.A. Todos os direitos reservados
http://www.castellolopesmultimedia.com/images/logohoriz2.jpg

Três primeiros posters de "Harry Potter and the Deathly Hallows: Part I"

A máquina de marketing da saga Harry Potter parece estar agora a começar a funcionar a todo o vapor. Desta vez chegaram os três primeiros posters das personagens, tal como tem acontecido com os anteriores filmes da saga:

«Nowhere is safe»

As personagens Harry, Hermione e Ron estão em destaque nos posters. Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 estreia a 18 de Novembro de 2010, em Portugal.

Leia também:

Novo trailer de "Skyline"



Foi divulgado um novo trailer do thriller de ficção-científica Skyline:



Embora a história do filme não pareça fugir muito à regra dos filmes do género, uma espécie de disaster movie com invasões alienígenas, a verdade é que os efeitos especiais fazem-se notar num filme com um orçamento baixo como este. Os irmãos Colin Strause e Greg Strause são os realizadores de Skyline e foram também os responsáveis pelos efeitos especiais de Avatar.

No elenco, optaram por actores menos conhecidos do grande público como Eric Balfour (Blindness), Scottie Thompson (Star Trek) e David Zayas (The Expendables). Em Portugal, Skyline estreia a 30 de Dezembro deste ano.

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Obituário: Arthur Penn


27 de Setembro de 1922 - 28 de Setembro de 2010

Faleceu, aos 88 anos de idade, o realizador Arthur Penn, vítima de doença prolongada. Tornou-se especialmente conhecido pela realização de Bonnie and Clyde, protagonizado por Warren Beatty e Faye Dunaway. O filme venceu dois Óscares: Melhor Actriz Secundária e Melhor Fotografia. O realizador foi ainda nomeado para três Óscares de Melhor Realizador: The Miracle Worker (1962), Bonnie and Clyde (1967) e Alice's Restaurant (1969).

Obituário: Sally Menke


17 de Dezembro de 1953 - 28 de Setembro de 2010

Faleceu, aos 56 anos, a editora Sally Menke, aparentemente vítima de um golpe de calor extremo em Los Angeles. Tornou-se especialmente conhecida por ter trabalhado em quase todos os filmes de Quentin Tarantino, de quem era grande amiga e que não raras vezes dava conselhos ao realizador em áreas como o argumento ou direcção artística. Foi duas vezes nomeada para o Óscar de Melhor Montagem: Pulp Fiction (1994) e Inglourious Basterds (2009).

Estreias 30 Setembro'10: Embargo, La Pivellina, Tamara Drewe, Daybreakers, Eat Pray Love, Hachiko, Fifty Dead Man Walking, Vampires Suck e Tinker Bell

Amanhã, dia 30 de Setembro, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:

Embargo (Embargo)

Ano: 2010
Realização: António Ferreira
Argumento:
José Saramago e Tiago Sousa
Género: Comédia, Drama
Elenco: Filipe Costa, Cláudia Carvalho, Pedro Diogo e José Raposo
Nuno trabalha numa roulotte mas desde sempre teve um espírito criativo. Um dia, descobre algo realmente revolucionário: um digitalizador de pés que transformará, para sempre, toda a indústria do calçado. Mas, quando tudo parece estar a jogar a seu favor, o inesperado acontece: fica fechado no seu próprio carro e, para seu total desespero, parece que nada, nem ninguém consegue resolver o problema. Com realização de António Ferreira é adaptação de um conto de José Saramago, integrado no livro "Objecto Quase", publicado em 1978.

Outras sugestões:

La Pivellina (La pivellina)

Ano: 2009
Realização: Tizza Covi e Rainer Frimmel
Argumento: Tizza Covi
Patty e o marido, Walter, são artistas circenses a viverem num parque de campismo nos arredores de Roma. Num dia de Inverno, Patty encontra, abandonada e ao frio num parque infantil, uma menina de dois anos com um bilhete de uma mãe desesperada a pedir que cuidem da criança. Mesmo contra a vontade de Walter, a mulher resolve manter a criança consigo e, com o passar do tempo, todos se redescobrem no seio daquela família. Assim vão nascendo vínculos que se tornam cada vez mais fortes. Até ao dia em que Patty recebe uma carta da mãe da criança a informar que está de regresso. E, repentinamente, tudo à sua volta parece desmoronar-se... Um filme, de Tizza Covi e Rainer Frimmel, premiado em Cannes, Gijón e Valdivia (Chile).


Tamara Drewe (Tamara Drewe)

Ano: 2010
Realização: Stephen Frears
Género: Comédia, Drama
Elenco: Gemma Arterton, Dominic Cooper, Luke Evans e Tamsin Greig

Quando Tamara Drewe (Gemma Arterton) decidiu abandonar a cidade por uns tempos e regressar à pequena vila que a viu crescer, não imaginava o caos que por lá iria provocar. Depois de alguns anos ausente, a jovem, que sempre fora uma espécie de patinho feio, volta absolutamente deslumbrante, descontraída e de bem com a vida. Mas, apesar disso, a aparente auto-estima de Tamara tem algumas lacunas por preencher que vão ser a causa de uma série de problemas entre todos. Uma comédia de sabor amargo realizada por Stephen Frears ("Alta Fidelidade ", "Ligações Perigosas", "A Rainha").

Daybreakers - O Último Vampiro (Daybreakers)

Ano: 2009
Género: Acção, Aventura, Thriller
Elenco: Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill

2019, todo o planeta está infestado por um vírus que transmutou quase todos os seus habitantes em vampiros. Os poucos humanos que restam são criados em cativeiro, apenas para servir as necessidades de sangue humano, necessário à sobrevivência das malignas criaturas. Mas a extinção dos humanos é iminente e os vampiros têm de encontrar, o quanto antes, um substituto para o sangue após a extinção total da Humanidade. Edward Dalton (Ethan Hawke) é um cientista vampiro que, quando conhece Audrey (Claudia Karvan), uma sobrevivente humana em busca da salvação da sua raça, vai fazer de tudo para mudar o curso dos acontecimentos.


Comer Orar Amar (Eat Pray Love)

Ano: 2010
Aos 30 anos, Liz Gilbert (Julia Roberts) tem tudo o que poderia desejar: uma relação estável, independência monetária e uma carreira de sucesso. Mas, um dia, sem que nada o previsse, tudo se desmorona numa arrasadora crise conjugal que culmina num divórcio que a arrasta para uma profunda depressão. Decidida a não se deixar levar pela tristeza, Liz resolve fazer uma pausa de um ano e ingressar numa grande viagem. E é assim que, viajando até Itália, ela conhece o prazer da comida; na Índia compreende o poder da meditação e, finalmente, na Indonésia encontra o balanço perfeito e redescobre o amor. E serão esses 12 meses, cheios de novas tonalidades, culturas e pessoas, que irão transformar a sua vida para sempre. O filme, realizado por Ryan Murphy (das séries Nip/Tuck e Glee), é baseado no livro de Elizabeth Gilbert sobre a sua experiência pessoal que, para além de se ter tornado um êxito de vendas, se transformou numa espécie de roteiro de viagens para milhões de pessoas em todo o mundo.

Hachiko - Amigo para Sempre (Hachiko: A Dog's Tale)

Ano: 2009
Para Parker Wilson (Richard Gere), professor de música na universidade, a chegada do cão "Hachi" foi um acontecimento feliz. A cumplicidade entre os dois foi instantânea e eles não mais se largaram: "Hachi" acompanhava o seu dono todos os dias até à estação de comboio onde, todas as noites, o esperava. Mas, um dia, Parker não regressou, e "Hatchi" continuou a esperar. O cão esperou sempre, até ao dia da sua morte. E, por força de perseverança e fidelidade, o animal tornou-se numa lenda, mudando todos aqueles que conheciam sua história. Com realização de Lasse Hallström ("As Regras da Casa", "The Shipping News"), é baseado na história verídica contada já antes no filme "Hachikô Monogatari" (1987), pelo realizador japonês Seijirô Kôyama.

Na Senda dos Condenados (Fifty Dead Man Walking)

Ano: 2008
Género: Thriller
Elenco: Ben Kingsley, Jim Sturgess e Rose McGowan

Baseado na história real de Martin McGartland (Jim Sturgess), um jovem de Belfast que é recrutado pela polícia para se infiltrar no IRA. McGartland vai dando informações à polícia, até que é descoberto e torturado. Consegue, apesar disso, fugir e contar a sua história.

Ponha Aqui o Seu Dentinho (Vampires Suck)

Ano: 2010
Género: Comédia
Elenco: Jenn Proske, Matt Lanter e Ken Jeong

Na pequena cidade de Spock, perto de Washington, algo de bizarro se passa: o seu índice populacional está a tornar-se cada vez mais reduzido devido a uns ataques mortíferos causados por criaturas que a polícia ainda não conseguiu identificar. Becca Crane (Jenn Proske) é uma rapariga solitária que, vinda de Phoenix, acabou de chegar a Spock e se debate com algumas dificuldades em se enquadrar a essa nova realidade. Tudo parece compor-se quando conhece Edward Sullen (Matt Lanter), um vampiro de uma beleza extraordinária, que, tal como ela, sofre as dores da incompreensão, vendo em Becca a sua alma gémea. Mas os problemas de Becca agravam-se quando dá de caras com Jacob (Chris Riggi) que, para além de inacreditavelmente atraente e apaixonado por si, também não pertence à raça dos humanos. Quando Becca começa a ser perseguida por três perigosos vampiros que se parecem com estrelas de música pop, Jacob e Edward deixam de lado os seus ressentimentos e decidem proteger a amada. Realizado pela dupla Jason Friedberg e Aaron Seltzer ("Epic Movie", "Uns Espartanos do Pior"), uma sátira aos três filmes da saga "Crepúsculo".

Sininho Salva as Fadas (Tinker Bell and the Great Fairy Rescue)

Ano: 2010
Realização: Bradley Raymond
Argumento:
Joe Ansolabehere e Paul Germain
Género: Animação
Elenco de vozes: Kristin Chenoweth, Michael Sheen, Mae Whitman, Lucy Liu e Jesse McCartney

Muitos anos antes de conhecer Peter Pan, Wendy ou os Meninos Perdidos, a fada Sininho (voz de Mae Whitman) teve um encontro muito especial com uma menina chamada Lizzie (Lauren Mote). E entre elas nasceu uma amizade tão profunda que iria mudar, para sempre, as suas existências. Uma animação que dá continuidade ao filme "Sininho" (2008), também realizado por Bradley Raymond, e que se inspira numa das mais carismáticas personagens criadas por J. M. Barrie: Sininho, a minúscula fada eternamente apaixonada por Peter Pan.

Estreou a 29 de Setembro:

Filme do Desassossego (Filme do Desassossego)

Ano: 2010
Realização: João Botelho
Argumento:
João Botelho e Fernando Pessoa

A acção decorre em três dias e três noites, num quarto de uma casa na Rua dos Douradores, em Lisboa. Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros, é um homem solitário e atormentado que vai anotando os seus pensamentos e angústias num livro, que intitula de "Livro do desassossego"... Realizado por João Botelho, uma adaptação cinematográfica da mais autobiográfica obra de Fernando Pessoa, teve o apoio do Ministério da Cultura/Ica, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian e Rádio e Televisão de Portugal.

Sinopses: Cinecartaz Público

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Primeiras impressões: The Event


The Event estreou nos EUA na semana passada, após algum burburinho e especulação em seu redor. Com estreia marcada para dia 6 de Outubro em Portugal, a série promete drama, acção e mistério, não escondendo uma tentativa de posicionamento no buraco deixado por LOST. Ainda assim, estreia-se com um episódio interessante e demarcado das restantes novidades da temporada.


Infelizmente, o primeiro episódio nada parece revelar sobre a estrutura planeada para a série. Durante os primeiros segundos, é mostrado um cenário de pânico, repentinamente cortado para o primeiro dos inúmeros flashbacks que preenchem o episódio. Mesmo com ecrãs de título para apresentar personagens ou o intervalo de tempo em que decorrem, os flashbacks tornam-se um pouco difíceis de acompanhar, o que nem sempre é negativo: muitas vezes, é mais interessante descobrir de que maneira uma cena encaixa no que já se viu do episódio, do que propriamente prestar atenção aos eventos nela apresentados. Não que os personagens sejam desinteressantes, mas a dinâmica das suas relações é explorada de forma bastante repetitiva. A complexidade dos flashbacks acaba por gerar a repetição de cenas por perspectivas diferentes, o que facilita o acompanhamento da narrativa mas também se revela um pouco cansativo. No final, acabamos por observar 5 minutos de acção, intercalados por notas de rodapé sobre o passado dos personagens. Mas é precisamente a junção de todas essas notas que fazem um interessantíssimo apontamento no final do episódio, fazendo o espectador questionar o que realmente se está a passar.


[Aviso: este parágrafo poderá conter ligeiros spoilers sobre o episódio]
Os fãs de LOST poderão ter algum do interesse pelo final do episódio arruinado – basta reconhecer alguns efeitos sonoros e visuais semelhantes aos dessa série para adivinhar o que acontece a seguir. Embora muitos tenham julgado precipitadamente a série como algo muito colado a LOST, o enredo não parece querer caminhar nesse sentido. A própria introdução do "presidente dos EUA" como um personagem central remete imediatamente para o terreno de séries sobre as teorias da conspiração, muito ao estilo de Jericho.

A grande incógnita está, então, no que os próximos episódios possam ter para oferecer. A narrativa mostrada até agora apresenta um ritmo lento e um pouco repetitivo, com personagens e dramas relativamente genéricos. Ainda assim, o culminar do episódio é suficientemente compensador para intrigar e fazer aguardar o que se segue com alguma expectativa.

Passatempo Traição de Sangue (I)


Não queríamos deixar de assinalar o final da terceira temporada de True Blood, por isso temos um "passatempo-relâmpago" para premiar um dos nossos leitores com um exemplar do livro Traição de Sangue.
Basta criarem um pequeno slogan que inclua a palavra Sangue e o nome deste blog.
O prazo é curto, por isso depachem-se!



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 20:00 do dia 30 de Setembro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos por um júri constituído por elementos do Split Screen entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

Wall Street: O Dinheiro nunca Dorme, por Carlos Antunes


Título original: Wall Street: Money Never Sleeps
Realização: Oliver Stone
Argumento: Allan Loeb e Stephen Schiff
Elenco: Michael Douglas, Shia LaBeouf, Josh Brolin e Carey Mulligan

Wall Street: Money Never Sleeps é o filme que leva a perguntar onde está o Oliver Stone aguerrido e instintivo, mesmo inconveniente, que conhecíamos?
O realizador que corria o risco de errar - e foi errando - mas que dizia com os seus filmes aquilo que bem entendia com uma veemência visceral?
E nem precisa de ser o Oliver Stone da segunda metade dos anos 1980, mas mesmo o Oliver Stone que há dois anos fazia W. e dois anos antes disso WTC.


Olhemos primeiro para a importância do discurso económico do filme.
Sabe-se agora que Wall Street chegou como prenúncio da catástrofe que poucos conseguiam ou queriam prever.
Wall Street: Money Never Sleeps é apenas revisão da matéria, uma redacção sobre as causas e os efeitos de uma crise que vai a meio mas cujo início já nos foi explicado pelos media e mesmo pelo cinema (Capitalismo - Uma História de Amor).
Wall Street: Money Never Sleeps não só surge tarde como surge sem nada a acrescentar, nem na forma nem no conteúdo do discurso.
De novo com um pequeno conto moral a fazer as vezes de argumentação para aquilo que ele toma como leigos - que não nego que muitos sejam - e, pior, papalvos.


Em todo o caso, a irrelevância da moral poderia ficar um pouco esquecida se nascesse no espectador a mesma relação com os personagens que havia no original.
Uma relação com incerteza e sentimentos divididos, mas uma relação apesar de tudo.
Aqui o muito polido idealista Jake Moore (Shia LaBeouf) parece contraditório naquele ambiente. Com laivos de vingança, com fé cega, com determinação no futuro, que faz ele afinal ali? Não parece ter estofo, apenas parece disponível para ser manipulado.
A sua história sentimental com a filha de Gekko também não tem interesse particular, mas é a morte quase imediata do seu mentor Louis Zabel (mais um grande pequeno papel de Frank Langella) acaba com o mais interessante que ele tinha para dar - embora seja este acontecimento que deve ser o motor da trama que se segue.


Há algo pior a constatar, no entanto, de novo virando a atenção para Oliver Stone.
A sua garra não desapareceu apenas do seu trabalho como narrador, desapareceu também da personalidade que vincava na realização.
Oliver Stone desta vez parece submetido à convencionalidade dos estúdios, uma realização sem nada de distinto e repleta de “rodriguinhos” incompreensíveis
Se ficarem para ver as imagens que acompanham os créditos finais vão ver como em um minuto ele demonstra como o seu olhar se banalizou para um ponto do qual se receia que não consiga regressar.


No meio de tudo isto há o regresso de Gordon Gekko. É isto que vale aquela estrelinha ali no final da crítica.
Duas décadas depois ele voltou, com laivos de humanidade, mas implacável como sempre.
Os seus verdadeiros propósitos são evidentes, o guião não o resguarda nem um pouco, como é evidente o ponto final a que ele chegará.
Mas como Michael Douglas é um génio da sua arte, entre a pouca substância arranca algumas tiradas brilhantes com o jeito que só ele lhes sabe dar.
A forma contundente como ele resume as personagens de Wall Street ao seu carácter rastejante é memorável ao dizer sobre Zabel “No one else in this racket has had the balls to commit suicide. It's an honorable thing to do.”.


Wall Street: Money Never Sleeps é fastidioso, longo para além da conta e quase sempre sem ponta de interesse. As aparições de Gordon Gekko aliviam esse sentimento mas nunca por completo.
O original não precisava desta revisitação, mas talvez Oliver Stone precisasse. Afinal, “é a economia, estúpido”!



segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ryan Murphy confirma "Glee" no cinema, mas não como esperado



Depois de termos revelado este ano que o contrato das estrelas de Glee contém cláusulas que prevêem a realização de três eventuais longas-metragens baseadas na série, o seu criador Ryan Murphy veio a público e falou no assunto.

Em entrevista sobre o seu recente filme Eat Pray Love, Ryan Murphy confirmou que Glee chegará ao grande ecrã. Embora tenha admitido tal acontecimento, salientou que "não será exactamente como as pessoas pensam" e que já recusou, há cerca de um mês, uma proposta para a realização de um filme sobre a série.

Aparentemente a ideia de Ryan Murphy - embora não isenta de algum receio da sua parte - é produzir um concerto 3D semelhante àqueles já feitos por Hannah Montana e pelos Jonas Brothers. A boa recepção da tour europeia de Glee levou-o a ter este projecto em mente.

Ainda não se sabe se este filme terá apenas números musicais ou se além disso conterá uma história ou cenas especiais. Também não existe data definida para o início das filmagens.

Leia também:

Queer Lisboa 2010: Os Vencedores



O júri da secção competitiva do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, composto por Rita Blanco, José Luís Peixoto, Michèle Philibert, Gorka Corneio e Thomas Abeltshauser anunciaram os principais vencedores do 14.º festival Queer Lisboa. Já Veronika Minder, Rui Pedro Tendinha e Adília Godinho foram responsáveis pelo júri da secção competitiva documental. Este ano, a Argentina foi o principal vencedor:

Melhor Longa-Metragem:
El Último Verano de La Boyita de Julia Solomonoff

Melhor Actor:
Lucas Ferraro em Plan B

Melhor Actriz:
Guadalupe Alonso, Mirella Pascoal e Nicolas Treise em El Último Verano de La Boyita

Menção especial:
Open de Jake Yuzna

Melhor Documentário:
Ångrarna – Regretters de Marcus Lindeen

Menção especial (DOC):
I Shot My Love de Tomer Heymann

Melhor curta-metragem - Prémio do Público:
Toiletzone de Didier Blasco

Teaser trailer do remake "True Grit", dos irmãos Coen



Em Março do ano passado tínhamos falado da ideia dos irmãos Coen realizarem um remake de True Grit (1969), que deu a John Wayne o Óscar de Melhor Actor. Inesperadamente chegou hoje à internet o primeiro teaser trailer desse remake, com título homónimo:



No filme de Henry Hathaway, John Wayne interpretava Rooster Cogburn, um marshall zarolho, envelhecido e irascível que ajudava Mattie, uma jovem de 14 anos, a encontrar o assassino do pai através de um território índio. Mas neste caso, Joel Coen e Ethan Coen pretendem manter-se fiéis ao romance original, colocando o ponto de vista de Mattie como o principal da história.

Embora não constasse este ano nas previsões para o Óscar, parece que este poderá ser um candidato promissor na próxima temporada de prémios. Jeff Bridges (Crazy Heart), Matt Damon (Invictus), Josh Brolin (Milk) e a inexperiente Hailee Steinfeld serão os protagonistas.

True Grit encontra-se em pós-produção e deve estrear nos Estados Unidos a 25 de Dezembro deste ano.

Leia também:

Obituário: Gloria Stuart


04 de Julho de 1910 - 26 de Setembro de 2010

Faleceu, aos 100 anos de idade, a actriz Gloria Stuart, vítima de cancro no pulmão. Há uns anos atrás a actriz já tinha vencido um cancro na mama. Gloria Stuart iniciou a sua carreira nos anos 30 em filmes como Street of Women (1932), The Kiss Before the Mirror (1933) e The Invisible Man (1933). Depois de ter participado em inúmeros filmes, desiste da sua carreira nos anos 40, com participações pontuais nos anos 80, mas é em Titanic (1997) que a actriz volta à ribalta, ao tornar-se a actriz mais velha a ser nomeada ao Óscar. Entre alguns dos seus feitos, Gloria Stuart foi uma das fundadoras dos Screen Actors Guild.

Passatempo Dexter


Bem a propósito da estreia da quinta temporada de Dexter na televisão americana temos um excelente conjunto de prémios para oferecer a três dos nosso leitores.



Trata-se de um pack contendo os três livros que inspiraram a série e que já foram editados em Portugal pela Bertrand.
Dexter - Um pesadelo raiado de negro, Querido, querido Dexter e Dexter na sombra são os três de Jeff Lindsay que a Betrand recuperou recentemente com novas capas a lembrarem o enorme sucesso que a série vem tendo.



Tendo a certeza que este será um dos prémios mais desejados aqui no Split Screen, temos um grande desafio para propôr.
Têm de nos contar as vossas ideias para a série, seja a ideia de argumento para uma próxima temporada, seja a sugestão do modus operandis do próximo serial killer da série ou seja uma reflexão sobre a natureza de Dexter. Queremos ideias novas, inusitadas, extravagantes.
Os três leitores que mais nos conseguirem surpreender ganham este pack completo.



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 17 de Outubro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos por um júri constituído por elementos do Split Screen entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

domingo, 26 de setembro de 2010

Primeiro poster de "Moscow, I Love You"



Desde Paris, je t'aime (2006) que as antologias dedicadas a explorar o amor em diferentes cidades do Mundo começaram a surgir. Entre vários projectos em fase de pré-produção, surge agora Moscow, I Love You, dedicado à capital russa. Embora este não esteja inserido no projecto Cities of Love de Emmanuel Benbihy (que além de Paris, já dedicou outro à cidade de Nova Iorque e virão ainda sobre o Rio de Janeiro, Xangai e Jerusalém), Moscow, I Love You é um projecto alternativo desenhado nos mesmo moldes.

O filme conta com 18 curtas-metragens de realizadores russos que tentaram capturar o espírito da cidade de Moscovo actual. Yegor Konchalovski (Antikiller) é o produtor do filme que inclui estórias divertidas, românticas e comoventes, dando um diferente ponto de vista à cidade: um pouco mais ingénua e despretensiosa, mais sincera e amigável.

O filme estreou este mês na Rússia. Não tem ainda distribuidora internacional.

Mais um poster da segunda temporada de "Modern Family"

Antes da estreia da segunda temporada da sitcom Modern Family, o espírito era aquele retratado no primeiro poster promocional. Agora que já estreou, a calma já se instalou entre os fãs. Por isso eis o novo poster da segunda temporada da série:



Modern Family é exibido todas as quarta-feiras no canal ABC.

Primeiras Impressões: Glee, segunda temporada

[Aviso: este artigo contém alguns spoilers acerca do primeiro episódio da 2ª temporada de Glee]

A nova temporada de Glee não teve um começo particularmente brilhante. O episódio de estreia abre com uma espécie de documentário escolar sobre a forma como alunos e professores passaram o Verão, uma introdução que cumpre o papel de enquadrar a temporada num novo ano lectivo. A narrativa segue com uma estrutura convencional de problemas e confusões, atitudes precipitadas e a sua eventual redenção. Pelo caminho, são introduzidos 3 novos personagens, mas nenhum se revela à partida como mais do que uma ferramenta para desenvolver os já existentes.


Beiste (Dot Jones) foi provavelmente a melhor adição ao elenco. Em poucos minutos, consegue virar Will e Sue Sylvester do avesso, precipitando-os numa aliança contra a nova professora. Será de esperar que a dinâmica deste trio se torne um ponto central desta temporada, mas tudo dependerá de como esta for executada. Já os dois novos alunos tiveram uma introdução menos feliz. Sunshine (Charice) é imediatamente instrumentalizada como alvo dos ciúmes e egoísmo de Rachel devido aos seus fantásticos dotes vocais – um tema repetido demasiadas vezes durante a primeira temporada e que já deveria ter sido ultrapassado. Ainda assim, a voz de Charice é impressionante e o primeiro solo da sua personagem será prova disso. Por sua vez, Sam Evans (Chord Overstreet) aparenta ser o tipo de rapaz que faltava para agradar a todas as audiências, pois as suas semelhanças com Justin Bieber saltam imediatamente à vista. A sua introdução é feita de forma idêntica à de Finn no primeiro episódio, o que não é coincidência: a série parece querer desenvolver uma rivalidade entre os dois rapazes.


Não havendo grandes avanços a nível do enredo, seria de esperar que as músicas tivessem maior destaque. A única música de grupo em todo o episódio (Empire State of Mind) está bem conseguida, mas já o primeiro dueto entre Rachel e Sunshine fica marcado pela quantidade surpreendente de auto-tune que se consegue ouvir numa casa de banho. As músicas em Glee sempre se caracterizaram pela qualidade de estúdio – algo que nem todos apreciam pela falta de realismo, mas é feito a pensar na qualidade sonora. Já a aplicação de distorções vocais em ambientes casuais se torna mais questionável e até, neste caso, bastante ridícula.


Se os novos personagens e músicas não trouxeram nada de particularmente refrescante à série, também não tiraram nada do que é necessário para um episódio de Glee. As one-liners da Britanny e a forte presença de Sue Sylvester originam os momentos mais divertidos, mesmo num episódio em que grande parte dos personagens habituais têm muito pouco destaque. Quem não gostou dos episódios temáticos da primeira temporada (como o de Madonna, Lady Gaga ou música Funk), poderá ter alguns dissabores logo ao segundo episódio: avizinha-se o episódio dedicado a Britney Spears, mas este será também o primeiro centrado na hilariante Britanny. Apesar do arranque morno da temporada, a popularidade de Glee continua ao rubro. Os produtores ainda não consideram que seja tempo de grandes mudanças e os New Directions seguem, por enquanto, sem mudar de direcção.

Revista Golden Ticket #2 | Online



A Revista Golden Ticket # 2 que apresentámos há duas semanas neste blogue, já se encontra online para consulta (poderão fazer também download). Dedicada inteiramente aos mind fuck movies, isto é, aqueles filmes que deixam o espectador "desnorteado", esgotado mentalmente, confuso e que geram sempre grande debate, a revista divide-se em várias secções.

Doze críticas escolhidas pelos redactores que variam desde Donnie Darko (2001) e Mulholland Dr. (2001), até Antichrist (2009) e Primer (2004) indicam os seus mind fuck movies preferidos. Que nem todos escolheríamos alguns destes filmes aplicados a tal definição (tudo é uma questão de critério pessoal) é verdade, mas nunca é tempo perdido ler diferentes pontos de vista.

A revista conta ainda com um pequeno artigo sobre a definição da temática da mesma, uma (polémica) entrevista a um jovem recém-licenciado em Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia, um artigo dedicado à próxima edição do festival MOTELx, bem como páginas com publicidade a alguns dos blogues de cinema que se associaram a este projecto.

Só bons motivos para fazer download (gratuito e legal) desta revista e ter uma fonte de leitura interessante e consulta.

sábado, 25 de setembro de 2010

Review: The Big Bang Theory - Season 2


The Big Bang Theory (TBBT) chegou-nos com uma segunda temporada melhor do que a primeira, talvez ajudada pelo facto de já não serem precisas apresentações às personagens. Quer queiramos, quer não, uma série na sua fase inicial tem sempre de passar pela fase de adaptação e apresentação, que raramente é agradável.

Agora que o Sheldon (Jim Parsons) deixou de ser um tipo estranho para passar a ser um tipo estranhamente familiar para os espectadores, que Leonard (Johnny Galecki) já não parece ser assim tão "cromo", que Howard (Simon Helberg) é assumidamente alguém que não percebe nada de mulheres mas gosta de se convencer que sim e que Raj (Kunal Nayyar) descobriu a solução temporária para o seu problema, podemos prosseguir a narrativa sem ter de explicar as personagens. Já Penny (Kaley Cuoco), essa sempre foi fácil de perceber, excepto no que diz respeito a Leonard.


Nesta temporada, TBBT conseguiu atingir em determinados episódios uma qualidade que não esperei que alguma vez atingisse, nomeadamente em episódios como The Euclid Alternative (em que Sheldon usa pela primeira vez um simulador de condução), The Friendship Algorithm (onde Sheldon tenta travar amizade com um colega insuportável da universidade) e The Maternal Capacitance (onde conhecemos pela primeira vez a mãe de Leonard). São estes pequenos picos na qualidade que dão vontade de ver mais e garantem que a série não se baseia na premissa de "mais do mesmo".

A nível de humor, temos um Sheldon muito mais capaz em termos sociais e quase capaz de reconhecer uma intervenção sarcástica, embora continue a ser a personagem mais alienada da sociedade que alguma vez surgiu em tv. A comédia continua a ser feita para todos, embora o seu nicho-alvo continue a ser muito explorado em diversas formas, desde decoração, jogos entre os quatro físicos e tiradas humorísticas.


Tivemos também um pouco mais de destaque para os pais de todos os físicos, todos eles únicos e diferentes entre si, que nos permite verificar até que ponto foram influentes na vida de quatro das cinco personagens principais, pelo que guardo pela aparição dos familiares de Penny com alguma ansiedade. Obviamente a melhor intervenção de um familiar até agora foi a da mãe de Leonard, interpretada por Christine Baranski, que facilmente se poderia tornar na melhor amiga de Sheldon.

TBBT continua a melhorar, o que é de louvar numa série com 4 temporadas asseguradas. Está realmente a conseguir o seu lugar na história das comédias em tv e espero que se mantenha em rota de ascensão nas próximas duas (e esperemos que tenha mais do que essas).