segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Passatempo Wall Street: O Dinheiro nunca Dorme



De forma a celebrarmos o lançamento em DVD e Blu-Ray da mais recente visita de Oliver Stone a Wall Street, Wall Street: O Dinheiro nunca Dorme vamos oferecer cinco conjuntos de merchandise compostos por uma capa para Blackberry e um porta-chaves. Um pequeno mimo dirigido aos nossos leitores.
Para isso basta que respondam correctamente a uma resposta muito simples. Os conjuntos serão atribuídos a cada 10 participações.






Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 2 de Março, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos segundo a ordem estipulada entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

© 2010 FOX. Distribuído por CLMC – Multimédia, S.A. Todos os direitos reservados
http://www.castellolopesmultimedia.com/images/logohoriz2.jpg

127 Horas, por Carlos Antunes


Título original: 127 Hours
Realização: Danny Boyle
Argumento: Danny Boyle e Simon Beaufoy
Uma intenção clara de 127 Horas é aprisionar-nos no mesmo espaço em que se encontrava Aron Ralston.
Encerrar-nos e ameaçar-nos não só com o isolamento mas com o fechamento naquele espaço e naquele tempo de sobrevivência.
O efeito das imagens deveria ser o da claustrofobia, da tensão permanente e cruel mesmo para a maioria dos espectadores que estavam familiarizados com o resultado final da situação retratada.
O que interessava era o processo de permanência naquela situação-limite e não a expectativa da confirmação de uma cena brutal.


Essa intenção é constantemente minada pela obsessão pop de Danny Boyle com as possibilidades da realização.
Danny Boyle procura um efeito extra que eleve a capacidade das suas imagens, mas tal procura não adiciona nenhuma dimensão ao momento específico em que se insere.
Essa obsessão, exemplificada pela filmagem de uma palhinha vazia cuja demonstração já tinha sido dada pelo som, retrai sempre o espectador do lugar onde o realizador o tenta enfiar.
Em vez de transformar a cadeira de cinema em paredes de rocha comprimindo o público, Danny Boyle traz-nos de novo à consciência que estamos numa sala de cinema.


Estes truques de realização de Boyle, que só muito raramente se justificam nos seus filmes, não tinham nenhum lugar neste filme.
Com elas quebra a intervalos regulares a clausura que James Franco faz por ser sentida de forma tão intensa.
Num filme que exigia em absoluto que se mostrasse o Cinema como a arte da hipnose e do esquecimento do meio envolvente, Boyle traz o público tantas vezes de volta à sala que se torna impossível a partir de certo ponto voltar a deixar que nos leve para o desconforto daquela rocha.


James Franco merecia mais apoio da parte de uma realização que parece querer sobressair mais do que a sua interpretação constrita.
James Franco tem um papel que marca uma carreira, por ser um papel imerso no vazio e que só pode procurar apoio em si mesmo.
Havendo cenas que certamente tiveram de correr mais livres e longas, por isso mesmo sujeitando Franco a uma submissão à personagem e ao confinamento, é preciso reconhecer quão impressionante e perigoso terá sido para ele viver de forma realista e concentrada os violentos picos de emoções extremas.
Ele sim é o filme e nele se devia ter focado o filme de forma implacável dando o retorno exacto ao investimento do actor. Ou seja, mesmo quando ele está sujeito a alucinações ou lembranças, estas deviam ser filmadas nuas de efeitos, tão agrestes como a situação de onde provém.
Assim o filme retribuiria a interpretação de James Franco, em vez de rasgar com os efeitos que ela tem (como o poster acima inevitavelmente parece confirmar).


Se houvesse um breve questionário à saída da sala para saber que cena permanecia com o espectador, estou em crer que haveria uma a vencer contra a (sonoramente) histriónica cena da amputação.
Seria aquela em que Franco filma um talk show para si próprio. Ele, sozinho, criando personagens e fazendo humor. Mantendo a lucidez através do humor e, ao mesmo tempo, ameaçando cair na loucura.
Cena feita apenas com o intercalar do plano da pequena câmara que ele tem consigo e de outro que igualmente lhe foca a cara.
A solidão do actor e a limpidez da realização tornam essa cena memorável. Devia ser assim o filme todo e não é e isso demonstra quase tudo o que deixei escrito para trás.


Vencedores do passatempo Poesia


A resposta correcta à questão colocada era Melhor Argumento, que estava indicado no poster que acompanhava o post do passatempo. Os vencedores que terão oportunidade de assistir à antestreia de Poesia, de Chang-dong Lee, são:

Dia 1 de Março (Terça-feira) - Lisboa, Cinemas Medeia King às 21h30
Joana Catarina Rodrigues Lopes Correia
Nuno Filipe Mexa
Paulo Alexandre Brito Soares
Sara da Costa Ferreira Alves
Diogo dos Santos Figueira
Cândida Filipa Abreu de Castro Delgado
Maria Margarida de Oliveira Garcia
Pedro Miguel Botelho Ponte
António Miguel Proença Ferreira
Sérgio Luís Fernandes Rebelo

Parabéns! Recordamos que devem fazer-se acompanhar do vosso bilhete de identidade, de forma a poderem levantar o convite.

Óscares 2011: Os vencedores



Com uma introdução brilhante e divertida a parodiar alguns dos filmes nomeados, James Franco e Anne Hathaway começaram por parecer aquilo que prometiam: extremamente divertidos e a escolha acertada para uma cerimónia de puro entretenimento. Mas ao longo da cerimónia, apenas a jovem actriz se destacou. James Franco acabou por ser meramente acessório e muito ausente. Conforme esperado, The King's Speech foi o grande vencedor da noite com quatro Óscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador. The Social Network venceu três Óscares: Melhor Montagem, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Banda Sonora.

Seguem abaixo os vencedores. Das nossas previsões acertamos 17 em 24 (um sucesso de 71%). Se contarmos com as alternativas colocadas (21 em 24) acertamos em 88%. (Consultem as previsões aqui).

Melhor Direcção Artística: Alice in Wonderland
Melhor Fotografia: Inception
Melhor Actriz Secundária: Melissa Leo em The Fighter
Melhor Curta-Metragem de Animação: The Lost Thing
Melhor Filme de Animação: Toy Story 3
Melhor Argumento Adaptado: Aaron Sorkin por The Social Network
Melhor Argumento Original: David Seidler por The King's Speech
Melhor Filme Estrangeiro: In a Better World (Dinamarca)
Melhor Actor Secundário: Christian Bale em The Fighter
Melhor Banda Sonora Original: Trent Reznor e Atticus Ross por The Social Network
Melhor Mistura de Som: Inception
Melhor Edição de Som: Inception
Melhor Maquilhagem: The Wolfman
Melhor Guarda-Roupa: Alice in Wonderland
Melhor Curta-Metragem Documental:
Strangers No More
Melhor Curta-Metragem:
God of Love
Melhor Documentário:
Inside Job
Melhores Efeitos Visuais:
Inception
Melhor Montagem:
The Social Network
Melhor Canção Original:
"We Belong Together", de Toy Story 3
Melhor Realizador:
Tom Hooper por The King's Speech
Melhor Actriz:
Natalie Portman em Black Swan
Melhor Actor:
Colin Firth em The King's Speech
Melhor Filme:
The King's Speech

Fantasporto 2011: Dia 2 (Secção Competitiva)

Com o pré-Fantas a exibir alguns dos filmes em competição, neste dia de Domingo alguns dos filmes já tinham sido vistos. Caso de The Last Employee (comentário aqui) e o chocante A Serbian Film (comentário aqui). Em relação a este último, estivemos presentes à introdução deste filme na sua exibição das 23h15, com a presença do realizador Srdjan Spasojevic e o produtor Nikola Pantelic. Foram poucas as palavras utilizadas para falar sobre o filme que provocou polémica logo no primeiro dia em que foi exibido no Fantasporto. Segundo o realizador, A Serbian Film é uma metáfora para o sistema político sérvio e também mundial: politicamente correcto por fora, mas realmente podre no seu interior, despertando os sentimentos mais profundos e negros das pessoas. Curiosamente, em entrevista ao C7nema, o realizador utilizou uma comparação muito mais interessante, especialmente para quem viu o filme «Na Sérvia somos violados desde o momento em que nascemos até depois de mortos».

La herencia Valdemar II: La sombra prohibida (2010), de José Luis Alemán

Sequela de La herencia Valdemar, exibido no Fantasporto o ano passado, prometia mais do que realmente acabou por fazer. Enquanto que o original deixava no ar muitos mistérios e lendas interessantes, a sequela cometeu o erro de revelar e exibir tudo o que era subentendido no anterior. Embora mantenha à mesma um bom nível de interesse enquanto história, a sua concepção deixa a desejar, com muitos incoerências no argumento e um desenvolvimento demasiado atabalhoado e preguiçoso. Além dos diversos clichés que inundam a história, temos também demasiadas personagens e uma tentativa de explicar demasiado tudo o que está a acontecer, que acaba por fazer o espectador passar por ignorante. Os efeitos especiais e visuais - nota-se que houve um aumento de orçamento - longe de serem espectaculares, são competentes, acabam por ser em demasia para a história que tem em mãos. Uma pena porque era dos filmes que mais prometia.

The Housemaid (2010), de Sang-soo Im

Era um dos filmes que mais interesse me despertava. Remake de The Housemaid (1960), é bastante competente na criação de um ambiente de luxúria, num cenário sumptuoso. Quase totalmente filmado em interior, tem uma fotografia fabulosa, com interessantes jogos de luz e sombra, assim como uma boa direcção artística. Embora o seu argumento seja bastante simples, consegue manter o espírito desejado para a história: a luxúria, a sensualidade, a tensão - mesmo que pudesse ser mais intensa e criar um verdadeiro thriller erótico. Altamente estilizado, o filme apresenta interessantes nuances na relação entre criados e senhores, entre poder e servilismo. Boa prestação de Do-yeon Jeon (Secret Sunshine).

Babel (2008), de Hendrick Dusollier (curta-metragem)

Não sei se percebi muito bem o conceito desta curta-metragem. Vi-a como uma metáfora para a globalização e o contraste dentro das sociedades. A sua concepção é demasiado estilizada, com recurso a muitas imagens digitais e muitos filtros cromáticos.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Somewhere - Algures, por Carlos Antunes


Título original: Somewhere
Realização: Sofia Coppola
Argumento:
Sofia Coppola
Elenco: Stephen Dorff, Elle Fanning e Chris Pontius

O mundo em que Johnny Marco se desloca é o mais frívolo possível, mesmo com todas as possibilidades à sua disposição.
Um mundo com um carro caro e veloz que ele faz correr para lado nenhum, em círculos, até ao cansaço.
Um mundo com strippers gémeas que aparecem regularmente com uma coreografia nova e que não lhe impedem o sono.
Uma futilidade que tem mesmo um custo físico, com uma mão partida, quando os muitos que circundam Marco nas festas são incapazes de tentar ajudá-lo ao cair das escadas.
O vazio em que ele vive está povoado de festejos e excessos.


Sofia Coppola filma a própria aridez desta vida, não só para testar a resistência do espectador, mas para o fazer sentir fortemente essa realidade.
Sofia Coppola evidencia por imagens aquilo que outros fariam entender por diálogos.
As imagens de Coppola traduzem as emoções realistas que o olhar dela capta.
Assim cria ela uma oposição entre a beleza dos seus planos e um certo desgaste emocional do circuito fechado que corre no vazio.


A transformação do filme acompanha a do seu protagonista que passa a ter a filha ao seu cuidado.
A partir daí a vida dele parece mais preenchida, ainda que aquilo que o vemos continuar a fazer não seja muito mais substancial do que anteriormente.
Aquilo que poderia, então, parecer igualmente desesperante ganha contornos de felicidade e apaziguamento.
Um jogo de Guitar Hero ou um longo período a apanhar sol são momentos que nos merecem um sorriso pela luminosidade da transformação pela família.


Esse é o tema, o preenchimento emocional de uma vida, a obtenção de um propósito.
Não se trata de uma crítica de Sofia Coppola a Hollywood mas simplesmente o desejo de deixar claro a importância e a força que a âncora emocional de um filho tem numa vida.
Não que um filho deva servir como método para superar a solidão e o desespero, mas que a resposta às necessidades de outra pessoa pode preencher o que nada mais consegue.
Para uma vida com significado deve buscar-se os outros. E a família é o núcleo imediato para o qual Sofia quis e nos faz olhar.



Fantasporto 2011: Dia 1 (Secção Competitiva)

Depois do pré-Fantas e da sessão de abertura, este Sábado marcou o primeiro dia da secção competitiva do Fantasporto. O facto de ser fim-de-semana permitiu que a as sessões no Grande Auditório estivessem praticamente lotadas.

La posesión de Emma Evans (2010), de Manuel Carballo

A produção e grande parte da equipa é espanhola, mas La posesión de Emma Evans (ou Exorcismus) é ambientado em Londres e falado em inglês, com actores na sua maioria também ingleses. A história é a habitual em filmes do género e com os diversos clichés normais do género. A história globalmente não consegue manter o clima de tensão ideal, muito por culpa dos actores, principalmente Sophie Vavasseur que nunca consegue manter uma boa prestação, além do argumento banal. Os movimentos da câmara (com excessivos zoom in e zoom out), bem como a fotografia esbranquiçada, são irrelevantes para o filme e chegam a irritar. Contudo, entretém até certo modo e tem um pequeno twist que consegue evitar que o filme caia no marasmo que parecia prometer inicialmente.

Hahaha (2010), de Sang-soo Hong

Ficou um pouco aquém das expectativas, mas Hahaha é um bom filme. Vencedor na secção Un Certain Regard no Festival de Cannes 2010, é uma divertida história sobre amizade e amor. De uma forma bastante simples, o filme acaba por trazer à tona divertidas alusões à imaturidade dos realizadores, bem como aos pensamentos existencialistas e pseudo-intelectuais e às desilusões amorosas A montagem é interessante, com os flashbacks a resultarem bastante bem na intensificação do conceito de conversa entre amigos, com bebida, sexo e bom humor à mistura. Não é um filme muito relevante - Sang-soo Hong consegue fazer melhor - mas o ar cínico que imprime a algumas cenas é bastante agradável.

Les aventures extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec
(2010), de Luc Besson

Com todas as características positivas de Luc Besson impressas no filme, esta conseguiu ser uma agradável surpresa. Entretenimento puro, com aventura e humor à mistura, o filme consegue ser do melhor dentro do género. Para ver sem grandes purismos e com boa disposição, pois garante boas gargalhadas. Louise Bourgoin é extraordinária na sua personagem, com destaque para os divertidos diálogos e a sua energia. Tecnicamente o filme tem enorme cuidado com os efeitos visuais, que são excelentes e bem consolidados na história, assim como a maquilhagem e o recurso a protéses. Inspirado numa BD franco-belga, esta será uma trilogia a que dá vontade de assistir de seguida, com um ar caricatural e divertido.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

PREVISÕES: Os vencedores dos Óscares 2011



É já amanhã que decorrerá uma das cerimónias mais aguardadas que finaliza a corrida aos prémios cinematográficos. A cerimónia dos Óscares deste ano terá os apresentadores mais novos da história, James Franco e Anne Hathaway, que prometem trazer alguma energia a uma cerimónia cada vez mais desgastada e menos vista. Sem mais demoras apresento as minhas previsões para os vencedores dos Óscares 2011, incluindo alternativas e o favorito pessoal:

Os vencedores aqui. Taxa de sucesso: 71% sem alternativas. Com alternativas: 88%.

Melhor Direcção Artística
Quem vai ganhar: The King's Speech
Quem pode ganhar: Alice in Wonderland
Quem gostava que ganhasse: The King's Speech

Melhor Fotografia
Quem vai ganhar: True Grit
Quem pode ganhar: The King's Speech
Quem gostava que ganhasse: True Grit

Melhor Guarda-Roupa
Quem vai ganhar: The King's Speech
Quem pode ganhar: Alice in Wonderland
Quem gostava que ganhasse: I Am Love

Melhor Montagem
Quem vai ganhar: The Social Network
Quem pode ganhar: The King's Speech
Quem gostava que ganhasse: The Social Network

Melhor Maquilhagem
Quem vai ganhar: The Wolfman
Quem pode ganhar: Barney's Version
Quem gostava que ganhasse: The Wolfman

Melhor Mistura de Som
Quem vai ganhar: Inception
Quem pode ganhar: The Social Network
Quem gostava que ganhasse: The Social Network

Melhor Edição de Som
Quem vai ganhar: Inception
Quem pode ganhar: True Grit
Quem gostava que ganhasse: Inception

Melhores Efeitos Visuais
Quem vai ganhar: Inception
Quem pode ganhar: Hereafter
Quem gostava que ganhasse: Inception

Melhor Banda Sonora
Quem vai ganhar: The King's Speech
Quem pode ganhar: The Social Network
Quem gostava que ganhasse: The Social Network

Melhor Canção Original
Quem vai ganhar: I See the Light (Tangled)
Quem pode ganhar: Coming Home (Country Strong)
Quem gostava que ganhasse: Coming Home (Country Strong)

Melhor Filme Estrangeiro
Quem vai ganhar: In a Better World (Dinamarca)
Quem pode ganhar: Biutiful (México)
Quem gostava que ganhasse: Dogtooth (Grécia)

Melhor Documentário
Quem vai ganhar: Inside Job
Quem pode ganhar: Exit Through the Gift Shop
Quem gostava que ganhasse: Exit Through the Gift Shop

Melhor Filme de Animação
Quem vai ganhar: Toy Story 3
Quem pode ganhar: L'illusioniste
Quem gostava que ganhasse: How to Train Your Dragon

Melhor Curta-Metragem
Quem vai ganhar: God of Love
Quem pode ganhar: The Crush
Quem gostava que ganhasse: God of Love

Melhor Curta-Metragem Documental
Quem vai ganhar: Strangers No More
Quem pode ganhar: Killing the Name
Quem gostava que ganhasse: Killing the Name

Melhor Curta-Metragem Animação
Quem vai ganhar: Day & Night
Quem pode ganhar: The Gruffalo
Quem gostava que ganhasse: Day & Night

Melhor Argumento Adaptado
Quem vai ganhar: The Social Network
Quem pode ganhar: True Grit
Quem gostava que ganhasse: The Social Network

Melhor Argumento Original
Quem vai ganhar: The King's Speech
Quem pode ganhar: Inception
Quem gostava que ganhasse: The Kids Are All Right

Melhor Actor Secundário
Quem vai ganhar: Christian Bale em The Fighter
Quem pode ganhar: Geoffrey Rush em The King's Speech
Quem gostava que ganhasse: Geoffrey Rush em The King's Speech

Melhor Actor
Quem vai ganhar: Colin Firth em The King's Speech
Quem pode ganhar: Jesse Eisenberg em The Social Network
Quem gostava que ganhasse: Colin Firth em The King's Speech

Melhor Actriz Secundária
Quem vai ganhar: Melissa Leo em The Fighter
Quem pode ganhar: Hailee Steinfeld em True Grit
Quem gostava que ganhasse: Hailee Steinfeld em True Grit

Melhor Actriz
Quem vai ganhar: Natalie Portman em Black Swan
Quem pode ganhar: Annette Bening em The Kids Are All Right
Quem gostava que ganhasse: Natalie Portman em Black Swan

Melhor Realizador
Quem vai ganhar: David Fincher por The Social Network
Quem pode ganhar: Tom Hooper por The King's Speech
Quem gostava que ganhasse: David Fincher por The Social Network

Melhor Filme
Quem vai ganhar: The King's Speech
Quem pode ganhar: The Social Network
Quem gostava que ganhasse: The Social Network

Fantasporto 2011: Sessão de Abertura

Findo o período pré-Fantas, decorreu hoje a sessão de abertura do Fantasporto que dá início à competição que decorrerá nos próximos dias. Beatriz Pacheco Pereira, directora do festival, fez o discurso de abertura como de costume e destacou alguns trunfos do festival deste ano, bem como homenageou alguns artistas plásticos e pintores que contribuem para as actividades paralelas que decorrem no terceiro piso do Rivoli, num ano em que o tema são as artes plásticas em colaboração com a Faculdade de Belas Artes do Porto. O restante discurso foi um pouco mais pequeno que o habitual, embora tenha se focado na temática habitual: os fracos apoios financeiros.

The Kinematograph (2010), de Tomasz Baginski (curta-metragem)

Antes do filme de abertura do festival, a curta-metragem The Kinematograph destacou-se. De uma qualidade de animação invejável, bastante fluída e com uma paleta de cores bastante bonita, o filme segue uma história sobre um inventor que se dedicou a aperfeiçoar o som e cor num filme, mas que acaba por ser sobretudo uma história de amor e perda. O filme polaco esteve entre os 10 candidatos ao Óscar de Melhor Curta-Metragem Animada em 2010.

The Resident (2011), de Antti Jokinen

As expectativas para este filme eram bastante reduzidas, apesar do bom elenco (Hilary Swank, Jeffrey Dean Morgan e Christopher Lee). Daí que se perceba a reacção relativamente positiva que tive perante o filme. The Resident começa com uma sequência de créditos iniciais genialmente bem construída e consegue criar uma interessante ambiência, sob o olhar atento e competente da câmara do estreante realizador finlandês Antti Jokinen. O seu passado como realizador de videoclips é evidenciado aqui em algumas cenas, evidenciando-o num contexto cliché e habitual no cinema norte-americano, mas ao mesmo tempo funcionando bem como fonte de entretenimento. Guillermo Navarro (El laberinto del fauno) assina mais um excelente trabalho na fotografia. Pena que tais características positivas não sejam suficientes para evitar que o filme caia em facilitismos e que a história seja mal aproveitada em bastantes momentos. Embora consiga criar um ambiente interessante - culpa do cenário, de alguns jogos de luz/sombra - nunca chega a criar muitos momentos de tensão no espectador. Jeffrey Dean Morgan, embora bom actor, não convence a 100% na personagem, Christopher Lee está subestimado e Hilary Swank em piloto automático. A sequência final do filme estraga grande parte de tudo o que conseguiu criar de bom, por alguns exageros de vários tipos.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Passatempo Entre Irmãos


Está à venda desde ontem o DVD do filme Entre Irmãos, um melodrama de Jim Sheridan com a guerra como pano de fundo.
O realizador tem construído uma sólida obra que lhe tem valido diversas nomeações a Oscars.
Entre os seus filmes destacam-se as colaborações com Daniel Day-Lewis, O meu pé esquerdo e Em nome do pai, e, igualmente, Na América.



Com o apoio da Pris Audiovisuais vamos oferecer cinco exemplares deste lançamento a outros tantos leitores do blog.
Bastará responderem correctamente a duas perguntas para serem incluídos no sorteio destes prémios.



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 3 de Março, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos aleatoriamente entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

Fantasporto 2011: Dia 4 (Pré-Fantas)

Quarto e último dia de pré-Fantas com menos espectadores e com uma sessão dupla no Grande Auditório bastante mais calma e menos gore que as anteriores. Amanhã começa oficialmente o Fantasporto, com a sessão de abertura e The Resident e aí sim, espera-se uma grande enchente no Rivoli.

The Last Employee (2010), de Alexander Adolph

Quem já esteve num, sabe que escritórios vazios podem ser bastante sinistros. The Last Employee é o habitual filme de terror, mas num contexto diferente do habitual. Em plena crise económica, o cenário é actual e também original, mas a concepção global da história fica aquém do esperado. É um filme mediano, sem nada a apontar de muito negativo - tirando o argumento mal aproveitado - com uma fotografia bastante interessante e um conceito reciclado, mas interessante. A sua narrativa lenta pode contribuir para a sensação de desperdício, mas ao mesmo tempo mantém o espírito da trama.

Carancho (2010), de Pablo Trapero

Depois de vencer com El secreto de sus ojos, Carancho foi o filme indicado pela Argentina para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não chegou a ser nomeado, mas é um drama forte e competente sobre uma temática actual na Argentina, onde os acidentes rodoviários são a principal causa de morte. O filme explora de uma forma crua e realista os "abutres", que tentam ganhar dinheiro das seguradoras, explorando as vítimas fragilizadas. A componente realista da história, bem como a fotografia e a câmara sempre realistas e sem grandes artifícios, tornam o filme naquilo que é: uma drama potente, mesmo que tivesse potencial para mais. Embora acabe por cair em alguns clichés do cinema sul-americano, muito ligado também ao melodrama, Ricardo Darín enche - aliás, como sempre - o ecrã com o seu desempenho. Martina Gusman sofre de algum overacting em alguns momentos, mas tem no geral uma boa prestação. Não é genial, mas Carancho é um filme a ver na secção competitiva da Semana dos Realizadores.

Vencedores do passatempo Ponha aqui o seu dentinho


Queremos dar os parabéns aos nossos três leitores que vão receber este DVD. Serão contactados em breve com instruções para esse efeito.

Ana Ramalho Pinto

Miguel Barata Pereira

Patrícia de Castro André

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Passatempo Poesia


Uma avó, com um neto problemático a seu cargo, é desafiada, pela primeira vez na vida, a escrever um poema. E, enquanto tenta encontrar a beleza presente no seu quotidiano, enfrenta a realidade nua e crua que existe, muito além da sua imaginação, apercebendo-se de que a vida talvez não seja tão bela como supunha...



Com o apoio da CLAP Filmes temos 10 convites duplos a oferecer para a antestreia do filme Poesia.
O filme de Lee Chang-Dong foi o vencedor do prémio de Melhor Argumento no mais recente Festival de Cannes e estreia no próximo dia 3 de Março.
A antestreia acontecerá no dia 1 de Março, às 21h30, nos Cinemas Medeia King, em Lisboa e os bilhetes deverão ser levantados até 30 minutos antes da sessão iniciar, sob pena de perda do lugar.
Os vencedores deverão ter em atenção que não podem acumular convites para esta sessão e que, caso vençam mais do que um passatempo para esta antestreia devem contactar-nos atempadamente de forma a atribuirmos o convite a outro participante.



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 27 de Fevereiro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos aleatoriamente entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante.
- Antes de participarem certifiquem-se que poderão comparecer no dia indicado. Em casos de força maior, deverão comunicar atempadamente a vossa ausência através do e-mail acima indicado. Reservamo-nos o direito de excluir de futuros passatempos todos os que não cumprirem estas regras.
- Os convites estão limitados à lotação da sala. O Split Screen não se responsabiliza por eventuais lotações esgotadas que possam ocorrer na data indicada.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

Fantasporto 2011: Dia 3 (Pré-Fantas)

No terceiro dia notou-se uma diminuição do número de espectadores no Grande Auditório do Rivoli. Culpa do dia da semana ou dos filmes em exibição?

The Chameleon (2010), de Jean-Paul Salomé

Acima de tudo, The Chameleon caracteriza-se pela sua inocuidade. Sem graves problemas a nível de estrutura, argumento ou interpretação, também não tem nada de destaque. É um filme banal, sem grande relevo. Nunca chega a ser um thriller como as expectativas faziam crer, banalizando a história (real e com algum potencial) e provocando algum marasmo no espectador, incitado por um fraco desenvolvimento do argumento em mãos. A destacar apenas os bons desempenhos de Famke Janssen (Nip/Tuck) e Ellen Barkin (Switch). De resto, apenas consegue provocar no espectador a sensação de indiferença.

Bedevilled (2010), de Chul-soo Yang

Não é o que julgava ser, mas não quer dizer que isso seja negativo. Contudo Bedevilled tem um problema de indefinição. Assume-se como um forte e potente drama até mais de metade do filme - numa narrativa pausada, mas cheia de interesse - para depois ser um slasher movie sul-coreano, na recta final. Nada contra com nenhum dos dois, mas talvez se tivesse assumido mais cedo essa faceta ou, noutro espectro, nunca a ter usado dessa forma. É na parte dramática que o filme mais brilha, muito bem protagonizado por Yeong-hie Seo (The Chaser). É um bom filme, competente, mas que perde nessa indefinição.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Estreias 24 Fevereiro'11: Blue Valentine, Somewhere, 127 Hours e The Dilemma

Dia 24 de Fevereiro, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:
Blue Valentine - Só Tu e Eu (Blue Valentine)

Ano: 2010
Género: Drama
Elenco: Ryan Gosling e Michelle Williams
Depois de vários anos de casamento, Cindy e Dean (Michelle Williams e Ryan Gosling) estão à beira da ruptura. Dispostos a tentar reencontrar o que os juntou e a salvar a relação, buscam no seu passado os motivos que os levaram a amar-se. Mas aquele amor está perto do fim e já nem a filha pequena os parece unir... Avaliando o ponto de vista de ambas as partes, um filme realista sobre as dificuldades da vida a dois, sem moralismos nem culpabilizações, realizado pelo documentarista Derek Cianfrance. Ryan Gosling e Michelle Williams foram nomeados para um Globo de Ouro nas categorias de melhores actor e actriz. Williams está ainda nomeada para o Óscar de melhor actriz.

Outras sugestões:

Somewhere - Algures (Somewhere)

Ano: 2010
Realização: Sofia Coppola
Argumento: Sofia Coppola
Género: Drama
Elenco: Stephen Dorff e Elle Fanning
Johnny Marco vive no lendário hotel Chateau Marmont, em Hollywood. Tem um Ferrari para andar pelas ruas e consome avidamente um sem número de raparigas e de comprimidos. Vivendo num conforto dormente, Johnny vagueia pela cidade. Até ao momento em que a sua filha de 11 anos, Cleo, fruto de um casamento falhado, chega inesperadamente ao Chateau. O encontro com a filha encoraja Johnny a fazer o ponto da situação em relação à sua existência e a enfrentar a questão que todos nos colocamos: que caminho queremos seguir na nossa vida?


127 Horas (127 Hours)

Ano: 2010
Realização: Danny Boyle
Argumento: Danny Boyle e Simon Beaufoy
Género: Drama, Aventura
Elenco: James Franco

A história de sobrevivência do montanhista norte-americano Aron Ralston que, em 2003, enquanto escalava no Utah, ficou preso numa ravina com o braço esmagado sob uma rocha. Durante 127 longas horas, num lugar deserto e distante de tudo e de todos, passou em revista toda a sua vida evocando amigos, relações amorosas e familiares em mensagens de despedida gravadas com uma câmara que trazia consigo. Até que, ao fim de cinco dias e consciente das quase nulas possibilidades de vir a ser encontrado, Ralston amputou o próprio braço com o auxílio de um canivete para se poder libertar. O filme, de Danny Boyle ("Trainspotting", "Quem Quer Ser Bilionário"), é baseado no livro de Ralston, "Between a Rock and a Hard Place", e está nomeado para seis Óscares, entre os quais melhores filme, actor (James Franco) e argumento adaptado.

O Dilema (The Dilemma)

Ano: 2011
Realização: Ron Howard
Argumento:
Allan Loeb
Género: Comédia
Elenco: Vince Vaughn, Kevin James e Winona Ryder

Sócios de uma empresa de design automóvel e amigos desde sempre, Ronny (Vince Vaughn) e Nick (Kevin James) vivem praticamente a vida um do outro na companhia de Beth (Jennifer Connelly) e Geneva (Winona Ryder), as respectivas companheiras. Tudo parece correr na perfeição até ao dia em que Ronny vê a mulher do seu melhor amigo com outro homem. Decidido a pôr tudo em pratos limpos, ele vai seguir todos os passos de Geneva até descobrir o alcance daquela situação comprometedora. Assim, sempre à espera do momento oportuno para contar a Nick o que sabe acerca da traição de que é alvo, Ronny acaba por descobrir que, aparentemente, não é apenas ela quem guarda segredos. Uma comédia realizada por Ron Howard ("Uma Mente Brilhante", "Horizonte Longínquo", "Anjos e Demónios") sobre a honestidade ou até que ponto o excesso de zelo pode ser incompatível com a amizade.

Sinopses: Cinecartaz Público

Fantasporto 2011: Dia 2 (Pré-Fantas)

Segundo dia de pré-Fantas, com um decréscimo de público em relação ao primeiro. Embora a sala estivesse bastante completa, é óbvio que os filmes em exibição não tem o mesmo poder comercial que o 127 Horas. Com um início morno na primeira sessão do Grande Auditório, a segunda esteve marcada pela polémica escolha de um filme que foi censurado no Film 4 Frightfest, British Horror Film Festival e do San Sebastian Festival.

Reykjavik Whale Watching Massacre
(2009), de
Júlíus Kemp

Vindo da Islândia, este é um filme claramente mau. Maus actores, mau argumento. Típico filme de massacre, com tendência para o gore, mas claramente a dar uma pontada no humor negro. Obviamente que num contexto diferente, o filme seria avaliado mais severamente, mas a verdade é que como entretenimento o filme não chega a aborrecer... é simplesmente tolo. O facto de nunca se levar a sério contribui para isso: é um filme fraco, mas um filme fraco à la Fantasporto.

A Serbian Film (2009), de Srdjan Dragojevic

É efectivamente a obra mais polémica que chegará ao festival este ano... e seguramente nos próximos (Esperemos. Ou não). Censurado em diversos festivais e mostras de cinema, foi preciso coragem para exibir A Serbian Film, com honras de competidor oficial. Se inicialmente não se percebia o porquê de tanta polémica internacional - na primeira meia hora parece um inofensivo filme pornográfico - a dada altura entramos numa espiral de acontecimentos que nos conduzem a um dilema na sua apreciação. É um bom filme, com uma realização e fotografia competentes e que introduz um conceito potencialmente interessante: o torture porn e os snuff movies. Embora a nível pessoal, não me tivesse chocado tanto quanto esperava, A Serbian Film é altamente questionável e impõe algumas dúvidas no que diz respeito à ética e moral, mas também no que diz respeito ao cinema. Será isto cinema, será isto arte? Deverão ser impostos limites? Foi demais? É complicado responder. Não é um filme para o público em geral. É um filme cuja polémica em Portugal vai morrer aqui. Não se vai levantar sequer, porque não temos meios que a levantem - caso que aconteceria se tivesse estreia comercial nacional - mas chocou as pessoas e dividiu opiniões. Introduz temáticas e géneros como o newborn porn, necrofilia, pedofilia - de formas gráficas - e que entram em conflito com os nossos condicionalismos sociais e pessoais. É arrojado (demais?), é violento em diversos níveis que não só o gráfico e é absolutamente questionável. Levanta a questão: O que poderá superar isto? Deverá ser superado? Questões complexas e que dificilmente levariam a algum lado. Contudo (e esta é uma opinião meramente pessoal) o final rompe com grande parte do arrojo da história, ao parecer que o realizador entra em negação e pretende fugir ao que despoletou... claramente contraproducente. Pessoalmente gostei (?). Se recomendo ou não, é outra questão diferente e sem resposta.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cenas Memoráveis do Cinema (XXI)


Fantasporto 2011: Dia 1 (Pré-Fantas)

Começou hoje o chamado pré-Fantas que antecipa a competição oficial de um dos mais importantes festivais de cinema internacional em Portugal. Algumas modificações este ano, que trouxeram ao grande auditório do Rivoli, grandes filmes que depois poderão ser vistos no certame, ao invés das habituais reposições.

127 Horas, de Danny Boyle

Com estreia comercial marcada já para esta quinta-feira, o Fantasporto antecipou-se e trouxe um dos mais aguardados filmes da temporada para servir de pontapé de saída para o festival. Apesar das minhas reservas pessoais em relação ao filme e que já revelei na crítica extensa ao filme, a sala encheu para receber o mais recente filme do realizador de Slumdog Millionaire (2008). Tida como uma história de coragem e superação, no geral a apreciação final do público foi positiva, mesmo que alguns não tivessem reagido muito bem a algumas cenas mais fortes do mesmo.

I Saw the Devil, de Ji-woon Kim

Na verdade, esta foi a grande estreia da noite. Mais uma vez entramos na temática da vingança, tão habitual no cinema sul-coreano, do realizador de A Tale of Two Sisters (2003), que venceu inúmeros prémios no Fantasporto 2004, inclusive o Grande Prémio. Cheio de tensão, violência e emoção, além das excelentes cenas de acção, é impossível ficar indiferente a uma obra tão completa quanto esta. Especial destaque para a assustador e sádica performance de Min-sik Choi, que já tinha revelado a sua qualidade enquanto actor em Oldboy (2003) - outro clássico de vingança sul-coreano - e do protagonista Byung-hun Lee. Embora ainda seja cedo para o dizer, talvez tenhamos encontrado aqui o grande candidato a vencedor na secção Orient Express.

Sociedade Portuguesa de Autores 2011: Os vencedores



Decorreu esta noite a cerimónia dos Prémios Autores 2011, organizados pela Sociedade Portuguesa de Autores e pela RTP1. Eis os vencedores nas categorias de cinema e televisão:

CINEMA

Melhor Argumento
Mistérios de Lisboa por Carlos Saboga

Melhor Filme
Filme do Desassossego, de João Botelho

Melhor Actriz
Beatriz Batarda em Duas Mulheres

Melhor Actor
Cláudio da Silva em Filme do Desassossego

TELEVISÃO

Melhor Programa de Informação
Condenados

Melhor Programa de Ficção
A Noite Sangrenta

Melhor Programa de Entretenimento
As Horas do Douro

Agradecimento: Luís Pedro Lourenço

Leia também:

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Passatempo Depois da Vida


Já tínhamos oferecido a possibilidade dos nossos leitores assistirem à antestreia deste filme, agora oferecemos a possibilidade de o (re)verem em DVD.
Lançado hoje para o mercado, este thriller que conta com as inesperadas mas talentosas presenças de Christina Ricci e Liam Neeson não foi capaz de convencer a crítica apesar da sua ousadia.
A realizadora Agnieszka Wojtowicz-Vosloo tentou explorar os significados da vida e da morte filmando a linha que as divide.



Temos a oportunidade de oferecer cinco exemplares deste DVD aos nossos leitores que responderem correctamente a duas questões.



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 28 de Fevereiro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos aleatoriamente entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

127 Horas, por Tiago Ramos


Título original: 127 Hours (2010)
Realização: Danny Boyle
Argumento:
Danny Boyle e Simon Beaufoy
Elenco: James Franco

Danny Boyle tem mais que capacidade de trazer ao espectador filmes realmente bons ou inventivos. Veja-se o caso da sua estreia interessante com Shallow Grave (1994) e, dois anos depois, com o auge da sua carreira, Trainspotting (1996) - um dos mais importantes filmes da década de 90. Pontualmente o realizador britânico, com traços anarquistas e rebeldes, trouxe ainda ao cinema filmes competentes e originais, como o caso de 28 Days Later... (2002). Eis que em 2009 e embalado pela ode à chamada era Obama, sai do seu relativo anonimato perante as grandes massas e vence oito Óscares da Academia, atingindo um protagonismo improvável até à data. Slumdog Millionaire (2008) trouxe um feel good movie às bocas do mundo, mas também intensificou uma veia menos promissora e bem menos interessante do realizador, que já havia sido revelada com The Beach (2000) numa escala bem menor.


A verdade é que se Slumdog Millionaire, dentro de todos os seus defeitos - especialmente a sobrevalorização - era uma obra que na verdade tinha o seu mérito, no caso de 127 Horas fica-se com dúvidas. Baseado na história do alpinista e aventureiro, Aron Ralston, assumiu-se automaticamente que a veracidade e dramatismo da história seriam mais que suficientes para criar um filme. Mas como colocar isso num argumento de cerca de 90 minutos? Na verdade, nem Danny Boyle nem Simon Beaufoy perceberam. Aquilo que nos é apresentado não passa de um acontecimento emocionante, revelado de uma forma tediosa e arrastada ao máximo possível. Daí que não se compreenda - perante um argumento inexistente - que este filme esteja nomeado ao Óscar de Melhor Argumento Adaptado, para não falar obviamente da sua nomeação principal a Melhor Filme, a ocupar lugar a outros filmes bem melhores. Se na verdade é uma tarefa bastante complicada colocar em cinema e manter interessante uma história tão linear quanto esta, olha-se para o espanhol Buried e encontra-se muito mais, com menos orçamento e possibilidades. Porém daqui coloca-se a questão: toda e qualquer potencial ideia interessante deve ser transformada em filme?

Em 127 Horas parte-se dos pressupostos clichés, das histórias motivadoras e de coragem. Dos espíritos indomáveis e da busca de energia pessoal e auto-motivações em lugares inimagináveis. Se em algumas histórias resulta, aqui entramos numa espiral de tédio que só termina no final do filme. Da personagem principal nada se conhece - além das suas óbvias atitudes irreflectidas - nem através dos flashbacks, cuja tarefa era supostamente essa: a de dar a conhecer a personagem principal e desviar o olhar do acontecimento principal, prolongando a história durante mais alguns minutos. E se essa solução técnica poderia ter salvo o filme, acaba por não resultar, pois a vida de Aron Ralston é aparentemente tão interessante como o filme: ou seja, nada. A história não é marcante, não é uma triunfante história real, não é impressionante, não é motivadora nem uma história de coragem. É simplesmente aborrecida.


Na realização, Danny Boyle faz um trabalho vergonhoso. Se em Slumdog Millionaire, mesmo tendo alguns momentos questionáveis, conseguiu cenas realmente brilhantes, em 127 Horas apoia-se em truques baratos para agarrar as emoções do espectador, de onde se destaca o estilo videoclip da MTV. A montagem acelerada, o excesso de split screens sem qualquer sentido, o uso inadequado de flashbacks e a utilização cliché da música e efeitos sonoros, contribuem para um sentimento negativo perante este trabalho. Tecnicamente, a fotografia de Enrique Chediak e Anthony Dod Mantle (Slumdog Millionaire) é provavelmente a parte mais positiva do filme, repleta de imagens fulgurantes e assombrosas. Todas as outras categorias técnicas para as quais foi nomeado - especialmente Melhor Montagem - são consequência da sobrevalorização do filme.

Quanto a James Franco, num one man show, faz o melhor que pode com aquilo que lhe é dado. Assume bem o seu papel de aventureiro, num ritmo frenético e contagiante, que sabe equilibrar com os momentos de desespero. O seu desempenho é intenso e nunca soa falso, mas está também longe de ser memorável. A sua nomeação para Melhor Actor poderia ter cabido a outro actor cuja performance em Blue Valentine (que também estreia esta semana) é superior: Ryan Gosling.


O estilo frenético e exibicionista da câmara de Danny Boyle tende a distrair a atenção do essencial do filme: a história humana do protagonista. Mas na verdade, neste caso havia muito pouco para fazer. É um filme onde uma vez mais predomina o estilo sobre a substância, criando uma obra extremamente irritante e aborrecida. Tirando a famosa e polémica cena que todos falam e que levou à criação deste filme - gráfica, mas não em demasia e perfeitamente justificável - falta a 127 Horas um espírito genuíno e dramático e que realmente sirva de inspiração ao espectador, como fazia crer. Para um filme que pretendia ilustrar a angústia vivenciada pelo protagonista, perde-se demasiado em elementos secundários que distraem claramente o espectador e eliminam esse sentimento angustiante e claustrofóbico (como acontece em Buried). A única angústia muito bem retratada durante o filme é a sensação interminável de que o final nunca mais chega.

Classificação: