sábado, 17 de março de 2012

Immaturi, por Tiago Ramos



Título original: Immaturi (2011)
Realização: Paolo Genovese
Argumento: Paolo Genovese
Elenco: Isabelle Adriani, Ambra Angiolini, Luca Bizzarri, Barbora Bobulova, Raoul Bova e Simona Caparrini

Immaturi é tão simples quanto aparenta, mas não pode ser reduzido ao terrível poster que o promociona. Até porque embora este se tente aparentar com algumas comédias norte-americanas de mau gosto, a verdade é que há bem mais que isso por trás do filme. A começar precisamente pela sua simplicidade. Sem rodeios, o filme é apenas uma história simples e linear centrada numa situação específica que provoca a reunião de antigos colegas de secundário. Mote perfeito para originar uma série de gags ironicamente lamentáveis, mas que aqui são francamente bem aproveitados por não se permitirem reduzir à comédia fácil e acabarem por facilitar uma leitura também ela mais dramática e madura. É um filme de personagens, distintos entre si, mas cada um a trazer o essencial para o equilíbrio do grupo. Um pouco a remeter para o que o espectador sente quando se recorda da sua adolescência, da essência de cada integrante do grupo de pares e a típica certeza que nunca haveriam melhores amigos que aqueles. Em Immaturi mantém-se a mesma essência, mas de uma perspectiva mais madura, a de um grupo de adultos que (mesmo que forçadamente) se propõe a revisitar a sua adolescência, com o mesmo grau de apreciação, dando origem a uma série de confrontos pessoais entre o passado e presente.

Nada de mais. Immaturi segue essa linha do novo cinema italiano de comédia. Simples, inconsequente e bastante divertida, com personagens bastante carismáticos e diálogos genuinamente realistas e com piada. Situações comuns que mesmo que por vezes sejam esticadas até ao estereótipo não deixam de poder ser revistas pelo espectador. Situações que remetem sempre para uma moralidade fácil, mas não por isso menos importante. Até porque Immaturi é um filme com coração e mesmo cedendo à eterna história da redenção e do reencontro, não deixa de comover e deliciar o seu espectador. É a prova que não é preciso excesso para se fazer comédia e que por vezes da simplicidade chega o melhor.


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