domingo, 5 de maio de 2013

A Oportunidade da Minha Vida, por Tiago Ramos


Título original: La chance de ma vie (2011)
Realização: Nicolas Cuche
Argumento: Luc Bossi e Laurent Turner
Elenco: Virginie Efira, François-Xavier Demaison, Armelle Deutsch, Raphaël Personnaz, Elie SemounThomas N'Gijol

A comédia romântica tem sido um dos subgéneros mais sobejamente explorados na história do cinema, com centenas de títulos a estrearem anualmente por todo o mundo. Em França, esse subgénero assumiu também, há já bastantes anos, um lugar garantido nos ecrãs do país (e com frequência objecto de exportação também), com resultados mais ou menos melhores, mas criando também um formato bastante fechado, como aliás é apanágio deste tipo de sobre-exploração de géneros. A Oportunidade da Minha Vida é mais um desses produtos, altamente formatados e sem nada a acrescentar ao actual panorama. Tem porém a vantagem - e argumentando com um pouco de discriminação positiva - de, tal como bastantes outras comédias românticas francófonas, beneficiar de um certo carisma e ternura que impede que o quadro geral do filme seja completamente danificado pela confessa previsibilidade do argumento.

Apesar do tom formulaico e de uma sequência narrativa que acaba por seguir um caminho, de certo modo preguiçoso, o humor utilizado é frequentemente agradável e com algumas piadas efectivas. A Oportunidade da Minha Vida começa por seguir uma linha ao género de Hitch (2005), para depois assumir-se como a comédia romântica típica repleta de percalços, mas que tanto Virginie Efira como François-Xavier Demaison conseguem manter a um nível suficientemente simpático para cativar o espectador. Há ainda direito a uma personagem secundária (interpretada por Elie Semoun), efectivamente estereotipada, mas que consegue sempre libertar alguns sorrisos pelo tom burlesco. Ou seja, temos todos os ingredientes típicos da comédia romântica, com uma sequência de eventos vista já inúmeras vezes nas grandes produções americanas. Mas aqui a diferença é que há um charme elegante, sem grandes excessos e assumidamente simples que nem sempre temos oportunidade de ver. É uma junção equilibrada de ingredientes típicos que resulta porque nunca quer ser mais do que realmente é.


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