quarta-feira, 31 de julho de 2013

Semana em Crítica - 25 de Julho

Só Deus Perdoa (2013), de Nicolas Winding Refn


Só Deus Perdoa é aquilo que parece: um objecto formalista, preocupado com uma concepção visual e de composição de estilo muito forte. Adopta uma narrativa rasa (um de filme de vingança muito linear e superficial), com um fraco desenvolvimento narrativo, mesmo que proporcione personagens particularmente interessantes nem que seja do ponto de vista estilístico, como a interpretada por Kristin Scott Thomas (talvez o melhor do filme) e que transmite uma ideia de um curioso complexo de Jocasta. Não é nem de longe o melhor de Nicolas Winding Refn, mas é um produto corajoso e absolutamente estilizado, tão electrizante quanto fascinante. Uma estrelaUma estrelaUma estrelaUma estrela Tiago Ramos

Falar-se-á sempre do estilo de Only God Forgives como se a isso estivesse reduzido, mas há informação transmitida nas imagens. Sensorial e interpretativa, informação que constrói uma narrativa sobre o universo de onde vêm (e para onde vão) as personagens sem precisar de um narrativa preenchida, de diálogos expositivos ou de personagens complexificadas. Mesmo se, em certos momentos, o estilo vale mais do que o conteúdo das imagens, não deixa de ser uma fascinante exploração-limite da psicologia do masoquismo em que as personagens se encerram; disfarçada como um "filme de sensações" (Gaspar Noé tem um agradecimento no final dos créditos, mas a dedicatória de abertura vai para Alejandro Jodorowsky) que está tão em voga. O culto da imagem aqui visto - como já em Drive - caminha para a fazer valer por si mesma, um cinema a caminhar de volta ao mudo. Uma estrelaUma estrelaUma estrela½ Carlos Antunes



The Wolverine (2013), de James Mangold


The Wolverine não pode escapar ao terceiro acto dos "filmes de super-heróis" em que combate uma grande máquina e prepara algumas hipóteses a serem exploradas nos próximos filmes. Até aí, em contrapartida, investe seriamente num drama sobre um personagem, sem o mero propósito de fechar um arco de acção para logo deixar outro em suspenso. Fá-lo sem desleixo para a componente de entretenimento que deve gerar mas sem abdicar do tom que o filme deve ter. Com James Mangold ao leme, a realização e a montagem são quase revolucionárias por serem tão ponderadas para um blockbuster de acção. Um investimento de duas horas na construção de um herói em vez de um mero rimbombar de acção (como era o péssimo X-Men Origins: Wolverine) mostrando que pode haver - tal como devia sempre ser - um pensamento a médio prazo neste tipo de sagas. Uma estrelaUma estrelaUma estrela½ Carlos Antunes



Paixões Proibidas (2013), de Anne Fontaine


O problema principal da realização de Anne Fontaine é um excesso desejo de compor cada imagem como se fosse um quadro, uma abordagem mais ou menos estilizada, com recurso a alguns slow motions e uma banda sonora melancólica que é transversal a todo o filme. Mas pega num interessantíssimo conto de Doris Lessing e explora-o sem nunca lhe atribuir julgamento (frequentemente sentimos a sensação que algo negativo vai acontecer, a eventualidade de um conflito, que raras vezes chega a acontecer efectivamente), apesar das complicações que o mundo social facilmente lhe impõe. Não é polémico como muitos afirmam, já que explora as convenções do melodrama de um modo absolutamente natural e sem ser exibicionista, pelo que o julgamento vem do espectador por si só (dependendo dos seus conceitos sociais e morais) e nunca do produto da realizador. Naomi Watts e Robin Wright (duas das actrizes mais notáveis da sua geração) fazem um trabalho incrível e comovente, simultaneamente forte e frágil, mesmo quando a narrativa proporciona alguns momentos desconcertantes, com as suas pequenas reviravoltas. Uma estrelaUma estrelaUma estrela½ Tiago Ramos

Um drama de enorme maturidade assente em temas que estão muito para lá da sexualidade mais ou menos expressiva dos corpos - e cuja expressão última poderia ter sido totalmente ignorada pelas imagens. Do tipo de relacionamento que se deve manter entre pais e filhos à inércia do conforto instalado, os temas conseguem colocar de lado a dúvida sobre se isto se passaria num universo realista em que os corpos não fossem todos esculturais - se eles são "jovens deuses" como diz a personagem de Robin Wright, elas são mulheres para lá do conceito de idade. O academismo de Anne Fontaine que costuma testar a paciência do público serve muito bem o filme, permitindo que Naomi Watts e Robin Wright tenham o tempo para se exprimir com as expressões e os gestos. São duas das melhores interpretações que veremos este ano e ajudam a substanciar a ideia de que, ao passar à língua inglesa, a realizadora reencontrou o fôlego que lhe faltava desde Nathalie.... Pena que os diálogos, sendo do mais arriscado que o filme tem, sejam encarados por boa parte do público com risos de quem continua desconfortável em encarar de frente os temas tratados. Uma estrelaUma estrelaUma estrela½ Carlos Antunes



As Vidas de Arthur (2012), de Dante Ariola


Arthur Newman é um romance em modo road movie entre duas personagens danificadas por dentro e em vias de se consertarem uma à outra. O género de filme que o cinema indie (ou das franjas dos estúdios que recebem menores orçamentos) cristalizou e depois gastou. A diferença aqui estaria em Colin Firth, com uma personagem já longe da inconsciência livre dos anos da juventude, antes com a motivação opressiva da idade e das responsabilidades. Mas a personagem dele, em viagem, tem a mesma inconsciência do seu próprio passado que têm aqueles que ainda não viveram o suficiente para o criar. Aliás, é o abandono cruel e irreflectido desse passado que coloca as vidas de Arthur em andamento, mas o filme prefere torná-lo numa figura acarinhável em vez de lidar com a sua crueldade. A busca de viver vidas "alheias" como maneira de fugir à sua torna-se nada mais do que matéria para o filme se aproximar de uma comédia romântica em vez de um tratamento sincero da(s) personagem(ns) e dos seus problemas. Uma estrelaUma estrela Carlos Antunes



A Malta e Eu (2012), de Michel Gondry


Depois de uma incursão pelos terrenos do blockbuster com The Green Hornet (2011), Michel Gondry regressa à originalidade e plasticidade que lhe são muito características. Com A Malta e Eu apresenta um magnífico exercício, de difícil definição quanto ao género (anda ali entre a ficção e o documentário), mas por exemplo bem mais próximo de um filme como Be Kind Rewind (2008), quando ligado ao seu contexto social. É um retrato de personagens ou pelo menos personagens-tipo, já que raramente entramos no terreno das individualidades, mas mais no do realismo social e atento às complexidades das figuras juvenis. Uma estrelaUma estrelaUma estrela Tiago Ramos

Um microcosmos onde toda a dinâmica do liceu pode estar encerrada e sob pressão, com esporádicas interacções com o exterior de si mesmo. Michel Gondry encontrou o confinamento perfeito para um drama da juventude em confronto com os outros e, depois, consigo mesma. Não se trata do "nós" e do "eu", mas do movimento do "nós" para o "eu" (até porque The I é o nome do capítulo final do filme), num percurso de isolamento que segue, naturalmente, as várias paragens do percurso do autocarro. Os estereótipos vão ganhando realidade e substância, negando uma redução do liceu a algumas expressões humanas estanques. Fica apenas uma impressão menos positiva, que o movimento do grupo para a individualidade a poder ser melhor urdido, sobretudo no que toca àquele primeiro capítulo, The Bullies, em que os comportamentos se repetem e que facilmente poderia ter sido unido ao seguinte, The Chaos. Até porque um percurso de autocarro de quase duas horas para chegar da escola a casa começa a parecer um exagero. Uma estrelaUma estrelaUma estrela½ Carlos Antunes



Porno Caseiro (2012), de Franck Gastambide


Há muitas opiniões sobre qual a nacionalidade europeia que tem o mais difícil humor de partilhar com o resto do continente, mas pela amostra de Porno Caseiro o humor (socialmente?) moderno Francês merece o prémio de ser absolutamente intraduzível. O que não impede que seja, também, execrável. Recorrendo ao básico e cultivando o nojento, o filme coloca umas figuras parelhas do Da Ali G Show a cumprir - ou a levar mais longe - os acontecimentos que The Hangover deixava para as fotografias, colocando de permeio uma qualquer forma absurda de comentário social. Quando até gags absolutamente racistas - uma mulher de burca vai contra um poste - são usados para preencher tempos mortos tem de se concluir que esta comédia nada tem de popular mas tem tudo de metencapto.  Carlos Antunes

Um daqueles filmes absolutamente terríveis, sem objectivo e que nem na sua aparente intenção de divertir é bem-sucedido. Com gags de mau gosto (onde nem a presença estereotipada de anões é dispensada) e um humor que tenta ser transgressivo, mas é apenas ridículo. Uma estrela Tiago Ramos

Estreias 1 Ago'13: La cage dorée, Yek Khanévadéh-e Mohtaram, The Iceman, The Inkeepers, Phantom e The Smurfs 2

Dia 1 de Agosto, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:

  A Gaiola Dourada (La cage dorée)


Ano: 2013
Realização:
Género: Comédia
Maria e José Ribeiro são um casal de portugueses emigrados em França há mais de três décadas. Ela sempre trabalhou como porteira de um prédio num dos melhores bairros parisienses e ele na construção civil. Todos gostam deles, quer pela sua simpatia e humildade, quer pela sua incansável boa vontade para ajudar quem precisa. Quando recebem a notícia de uma herança em Portugal que lhes concretiza o velho sonho do regresso às raízes, tudo parece perfeito. Porém, a verdade é que ninguém está muito interessado em perder a sua amizade e, subtilmente, uns e outros começam a organizar-se de maneira a fazê-los mudar de ideias. Uma comédia de costumes com realização de Ruben Alves, que conta com a participação de Rita Blanco, Joaquim de Almeida, Chantal Lauby e Roland Giraud, entre outros.
Outras sugestões:


  Uma Família Respeitável (Yek Khanévadéh-e Mohtaram)
Ano: 2012
Realização:
Argumento:
Género: Drama
Arash é um jovem professor iraniano que estudou e fez carreira no Ocidente. Depois de uma ausência de mais de duas décadas, decide regressar à pequena cidade de Shiraz, Irão, para ocupar o lugar de professor na universidade local. Habituado a uma sociedade totalmente diferente, acaba por ser arrastado para uma série de dramas familiares num país que agora lhe é estranho. Depois de tantos anos longe dali, tudo se alterou. Para ele, já nada é o que parece, nem mesmo a família respeitável que foi habituado a venerar… Primeira longa-metragem do documentarista iraniano Massoud Bakhshi. Um drama familiar que é, segundo as suas próprias palavras, “a história da minha infância após a revolução de 1979, da minha adolescência durante a guerra e da minha experiência na Teerão dos dias de hoje.”
Um Homem de Família (The Iceman)

Ano: 2012
Realização:
À primeira vista, Richard Kuklinski é um homem como tantos outros. Dedicado pai de família, leva uma vida pacata entre trabalho, família e amigos. Porém, as aparências podem ser ilusórias e este homem é, na verdade, um perigoso assassino a soldo, capaz de tirar a vida sem qualquer arrependimento. Assim, durante mais de 20 anos, e sem que ninguém do seu círculo íntimo alguma vez desconfie, ele torna-se responsável pela morte de mais de cem pessoas, todos homens. Até que, um dia, apesar da sua crueza e organização quase maníaca, deixa uma pista que ditará o seu próprio destino: a pena perpétua.  Realizado por Ariel Vromen, com Michael Shannon, James Franco, Ray Liotta e Winona Ryder nos principais papéis, um “thriller” psicológico baseado na verdadeira história de Kuklinski, relatada na obra "The Iceman: The True Story of a Cold-Blooded Killer", escrita por Anthony Bruno, e no documentário "The Iceman Tapes: Conversations with a Killer", de Jim Bhebaut. Entre os anos de 1948 e 1986, Richard Leonard Kuklinski matou, a sangue-frio, mais de uma centena de pessoas, acabando por falecer, já a cumprir pena perpétua, a 5 de Março de 2006, aparentemente de causas naturais.

Hóspedes Indesejados (The Inkeepers)

Ano: 2011
Realização:
Argumento: 
Género: Terror
Elenco: , e
Depois de mais de 100 anos de actividade, o velho e antiquado hotel Yankee Pedlar Inn, situado em Nova Inglaterra (EUA), está prestes a encerrar as suas portas. Há quem acredite que está povoado de almas penadas, algo que, até agora, nunca ninguém conseguiu provar. Por esse motivo, e antes que o edifício seja destruído para sempre, Claire e Luke (Sara Paxton e Kelly McGillis), os únicos empregados que ainda se mantêm no hotel, estão decididos a provar que os rumores sobre a assombração têm razão de ser. Assim, à medida que aprofundam as suas investigações, os dois descobrem que aquele local sombrio, para além de ter sido palco de histórias terríveis e mortes atrozes, parece ter uma vida própria. Agora, percebendo demasiado tarde que se deixaram levar pela curiosidade, para eles apenas haverá lugar para o arrependimento... Escrito e realizado por Ti West, um filme de terror inspirado numa história real.

Phantom - O Submarino Fantasma (Phantom)


Ano: 2013
Realização:
Argumento: 
Género: Drama, Thriller
Depois de regressar de uma longa e difícil missão em alto mar, o capitão Dmitri "Demi" Zubov é imediatamente obrigado a aceitar o comando do submarino B-76, uma embarcação soviética antiga, munida de um poderoso míssil nuclear. Preocupado com a decisão dos seus superiores, que o forçam a integrar uma tripulação que não é a sua, Dmitri questiona-se sobre as razões dessa escolha. Porém, quando o submarino se começa a aproximar de território norte-americano, ele compreende o propósito daquela missão: lançar um míssil contra os EUA fazendo parecer um ataque vindo de um navio chinês, dando início a uma guerra entre as duas nações. Com o destino de milhões nas suas mãos, Dmitri terá de confiar na sua capacidade de discernimento, de modo a encontrar homens de confiança que o ajudem a evitar uma catástrofe mundial… Com argumento e realização de Todd Robinson (“Corações Solitários”), um “thriller” claustrofóbico inspirado num evento real acontecido em plena Guerra Fria. No elenco encontramos Ed Harris, David Duchovny e William Fichtner.

Os Smurfs 2 (The Smurfs 2)

Ano: 2013
Realização:
Género: Comédia, Animação
Em 2011, os pequenos Smurfs escaparam do seu mundo mágico e viram-se perdidos no coração do Central Park, em Nova Iorque, onde se tornaram amigos de Patrick e Grace Winslow (Neil Patrick Harris e Jayma Mays), dois seres humanos cuja ajuda foi crucial para escaparem a Gargamel e encontrarem o caminho de volta. Agora, decidido a obter a essência dos Smurfs, o malvado feiticeiro rapta a bela Smurfina e leva-a para Paris, cidade onde é conhecido como o mais poderoso dos mágicos. Arriscando a própria vida, os dedicados amigos da pequena retornam ao mundo dos humanos determinados a resgatá-la das mãos do cruel Gargamel. Sequela de “Os Smurfs”, e de novo realizada por Raja Gosnell ("O Agente Disfarçado", "Scooby Doo", "Chihuahua de Beverly Hills"), uma comédia familiar que alia o cinema "live-action" à animação em 3D, retomando as famosas personagens, da altura de três maçãs, criadas pelo belga Pierre "Peyo" Culliford há mais de 50 anos, e que fizeram as delícias de várias gerações de crianças por todo o mundo.
Sinopses: Cinecartaz Público

terça-feira, 30 de julho de 2013

Co-produção portuguesa "J.A.C.E." será exibida no Festival de Toronto 2013



A direcção do Festival Internacional de Cinema de Toronto continua a divulgar a lista de filmes que integrarão as diferentes secções da mostra na edição 2013, que decorrerá de 5 a 15 de Setembro.

Na secção City to City (este ano dedicada a Atenas, na Grécia), foi incluído o filme J.A.C.E., do realizador grego Menelaos Karamaghiolis, uma co-produção portuguesa com a Ukbar Filmes e Pandora da Cunha Telles. O filme conta com a presença do actor português Diogo Infante e deverá estrear ainda este ano em Portugal.

Nota para a secção Midnight Madness que exibirá o filme The Green Inferno, de Eli Roth e que conta com a cantora luso-descendente Sky Ferreira no elenco.

Documentários
  • A Story Of Children And Film, de Mark Cousins (Reino Unido)
  • Ain't Misbehavin', de Marcel Ophüls (França)
  • At Berkeley, de Frederick Wiseman (EUA)
  • Beyond The Edge, de Leanne Pooley (Nova Zelândia)
  • Burt's Buzz, de Jody Shapiro (Canadá)
  • The Dark Matter of Love, de Sarah McCarthy (Reino Unido)
  • The Dog, de Allison Berg e Frank Keraudren (EUA)
  • Faith Connections, de Pan Nalin (França, Índia)
  • Filthy Gorgeous: The Bob Guccione Story, de Barry Avrich (Canadá)
  • Finding Vivian Maier, de John Maloof e Charlie Siskel (EUA)
  • Hi-Ho Mistahey!, de Alanis Obomsawin (Canadá)
  • Ignasi M., de Ventura Pons (Espanha)
  • Jodorowsky's Dune, de Frank Pavich (EUA)
  • The Last of the Unjust, de Claude Lanzmann (França, Áustria)
  • The Mayor, de Emiliano Altuna Fistolera (México)
  • Midway, de Chris Jordan (EUA)
  • Mission Congo, de David Turner e Lara Zizic (EUA)
  • The Square, de Jehane Noujaim (Egipto, EUA)
  • Tim's Vermeer, de Teller (EUA)
  • The Unknown Known, de Errol Morris (EUA)
  • Unstable Elements, de Madeleine Sackler (EUA)
  • When Jews Were Funny, de Alan Zweig (Canadá)

City to City (Atenas)
  • The Daughter, de Thanos Anastopoulos (Grécia)
  • The Eternal Return of Antonis Paraskevas, de Elina Psykou (Grécia)
  • J.A.C.E., de Menelaos Karamaghiolis (Grécia, Macedónia, Portugal, Turquia)
  • Miss Violence, de Alexandro Avranas (Grécia)
  • September, de Penny Panayotopoulou (Alemanha, Grécia)
  • Standing Aside, Watching; de Yorgos Servetas (Grécia)
  • To The Wolf, de Aran Hughes e Christina Koutsospyrou (Grécia, Reino Unido)
  • Unfair World, de Filippos Tsitos (Grécia, Alemanha)
  • Wasted Youth, de Argyris Papadimitropoulos e Jan Vogel (Grécia)
  • Wild Duck, de Yannis Sakaridis (Grécia)

TIFF Cinemateca
  • An Autumn Afternoon, de Yasujiro Ozu (Japão)
  • Gun Crazy, de Joseph H. Lewis (EUA)
  • Hiroshima Mon Amour, de Alain Resnais (França, Japão)
  • Le Joli Mai, de Chris Marker e Pierre Lhomme (França)
  • Manila in the Claws of Light, de Lino Brocka (Filipinas)
  • Roma, Città Aperta; de Roberto Rossellini (Itália)
  • Shivers, de David Cronenberg (Canadá)

Vanguarda
  • Blue Ruin, de Jeremy Saulnier (EUA)
  • Borgman, de Alex van Warmerdam (Holanda, Bélgica, Dinamarca)
  • The Fake, de Yeon Sang-ho (Coreia do Sul)
  • Gente en Sitios, de Juan Cavestany (Espanha)
  • Horns, de Alexandre Aja (EUA)
  • Proxy, de Zack Parker (EUA)
  • The Sacrament, de Ti West (EUA)
  • Sapi, de Brillante Mendoza (Filipinas)
  • Sex, Drugs & Taxation, de Christoffer Boe (Dinamarca)
  • Soul, de Chung Mong-Hong (Taiwan)
  • The Strange Color of You Body's Tears, de Hélène Cattet e Bruno Forzani (França)
  • Thou Gild'st The Even, de Onur Ünlü (Turquia)
  • We Gotta Get Out Of This Place, de Simon Hawkins e Zeke Hawkins (EUA)

Midnight Madness
  • Afflicted, de Derek Lee e Clif Prowse (Canadá, EUA)
  • All Cheerleaders Die, de Lucky McKee e Chris Siverton (EUA)
  • Almost Human, de Joe Begos (EUA)
  • The Green Inferno, de Eli Roth (EUA)
  • Oculus, de Mike Flanagan (EUA)
  • R100, de Hitoshi Matsumoto (Japão)
  • The Station, de Marvin Kren (Áustria)
  • Why Don't You Play in Hell?, de Sion Sono (Japão)

Obituário: Eileen Brennan

03 de Setembro de 1932 - 28 de Julho de 2013


Faleceu, aos 80 anos, a actriz norte-americana Eileen Brennan, vítima de cancro da bexiga. Conhecida pelo papel de Genevieve em The Last Picture Show (1971), a actriz recebeu uma nomeação Óscar de Melhor Actriz Secundária por Private Benjamin (1980), pela personagem Doreen Lewis, que interpretou novamente na série homónima e que a fez vencer um Globo de Ouro em 1982 e um prémio Emmy, no ano anterior.

Lindsay Lohan poderá fazer parte de "Live By Night", de Ben Affleck


Segundo o Showbiz 441, a actriz Lindsay Lohan estará em negociações para se juntar ao elenco do próximo filme realizado por Ben Affleck (Argo), a adaptação cinematográfica do romance Live By Night. Esta informação não foi ainda confirmada, especialmente tendo em conta que nos últimos anos a presença da actriz em qualquer produção tem causado sérios problemas. Internada actualmente para reabilitação e com o seu último filme, The Canyons, a estrear, há quem afirme que a actriz está finalmente dedicada à sua recuperação.

Porém, a produção de Live By Night poderá sofrer alguns atrasos, visto que Ben Affleck irá protagonizar Gone Girl, de David Fincher, cujas filmagens começam no Outono (altura em que estava previsto o início da produção do seu filme). Live By Night é adaptado do livro de Dennis Lehanne, com uma história passada em 1926, durante a Lei Seca na cidade de Boston e centrada em Joe Coughlin, o filho de um polícia que acaba por se juntar ao crime organizado.

David Oyelowo e David Gyasi farão parte de "Interstellar"


O The Wrap revelou em exclusivo que os actores David Oyelowo (The Paperboy) e David Gyasi (Cloud Atlas) juntaram-se à mais recente produção da Paramount e Warner Bros., Interstellar. O filme de Christopher Nolan segue um grupo de heróicos explorados que viajam através de um wormhole para uma outra dimensão.

A produção tem reunido um elenco de topo onde se incluem Michael Caine (The Dark Knight), Matthew McConaughey (Killer Joe), Anne Hathaway (The Dark Knight Rises), Bill Irwin (Rachel Getting Married), Casey Affleck (Gone Baby Gone), Jessica Chastain (Zero Dark Thirty), Ellen Burstyn (Requiem for a dream), Timothée Chalamet (Homeland), Mackenzie Foy (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2), John Lithgow (3rd Rock from the Sun) e Topher Grace (That '70s Show). 

Interstellar estreia em Portugal a 6 de Novembro de 2014.

Leia também:

ABC Family renova "Switched at Birth" e encomenda mais episódios de "The Fosters" e "Twisted"


Durante a conferência de imprensa da Television Critics Association, o canal ABC Family anunciou a renovação da série Switched at Birth. Actualmente a exibir os episódios da segunda temporada, a série tem registado a média de 2,4 milhões de espectadores. Na história seguimos duas adolescentes que foram trocadas no hospital em bebés. Quando as famílias descobrem a troca, decidem morar todos juntos na mesma casa. A série foi renovada para uma terceira temporada, com estreia prevista para Janeiro de 2014.

Já as duas novas séries do canal, The Fosters e Twisted, receberam a encomenda de novos episódios para a sua primeira temporada. Estima-se que deverão ser produzidos dez episódios adicionais para cada uma das séries, com exibição marcada para o início de 2014.

Ucraniano "Eastalgia" vence Festival de Cinema de Avanca 2013


O filme Eastalgia, da ucraniana Daria Onyshchenko, foi considerado a Melhor Longa-Metragem do Festival de Cinema de Avanca 2013. Já o austríaco Karl Markovics foi premiado com o galardão de Melhor Actor pelo seu papel no filme. A narrativa segue uma série de personagens em diferentes estratos sociais em três países.

O prémio para Melhor Curta-Metragem foi para a portuguesa Bué Sabi, de Patrícia Vidal Delgado. O festival decorreu de 24 a 28 de Julho.


COMPETIÇÃO CINEMA

Melhor Longa-Metragem
Eastalgia, de Daria Onyshchenko (Alemanha, Ucrânia, Bélgica)

Menção Especial Longa-Metragem
Gulf Stream Under the Iceberg, de Yevgeni Pashkevich (Letónia)
Baikonur, de Veit Helmer (Alemanha, Rússia, Cazaquistão)

Melhor Curta-Metragem
In the Nick of Time, de David M. Lorenz (Alemanha)

Melhor Animação
Lost Senses, de Marcin Wasilewski (Polónia)

Melhor Direcção de Fotografia
Gints Berzins e Valeriy Martinov em Gulf Stream Under the Iceberg (Letónia)

Melhor Actor
Karl Markovics em Eastalgia (Alemanha, Ucrânia, Bélgica)

Melhor Actriz
Thais Tedesco em Feijoada Completa (Brasil)


COMPETIÇÃO TELEVISÃO E VÍDEO

Prémio Televisão
Guerrilla Grannies, de Ike Bertels (Holanda) & Cello Tales, de Anne Schiltz (Luxemburgo)

Prémio Vídeo
The Course of Things, de Annelore Schneider e Claude Piguet (Suíça, Reino Unido)


COMPETIÇÃO ESTREIA MUNDIAL

Prémio Estreia Mundial - Longa-Metragem
The Woman Sun, de Ruslan Korostenkij (Lituânia)

Prémio Estreia Mundial - Curta-Metragem
Bué Sabi, de Patrícia Vidal Delgado

Menção Especial Estreia Mundial - Curta-Metragem
Returning, de Michael Denton (Reino Unido)


COMPETIÇÃO AVANCA

Prémio Competição AVANCA - Documentário
Fios de Tempo, de Joaquim Pavão (Portugal)

Prémio Competição AVANCA - Ficção
Carrotrope, de Paulo D'Alva (Portugal)


COMPETIÇÃO TRAILER IN MOTION E VIDEOCLIPS

Prémio Trailer in Motion
Les Fameux Gars, de Adolf L. Assal (Luxemburgo)

Prémio Videoclipe
Me, Myself; de Carlon Hardt (Brasil)

Menção Especial Videoclipe
Perdut, de Joan Martín Giménez (Espanha)

Primeiro trailer de "The Secret Life of Walter Mitty", de Ben Stiller


Foi hoje revelado o primeiro trailer de The Secret Life of Walter Mitty, o mais recente filme realizado por Ben Stiller (Tropic Thunder):


O filme segue um tímido revisor da revista LIFE com problemas de socialização e auto-estima e que cria num universo de fantasia, onde é uma pessoa confiante e corajosa. Remake de The Secret Life of Walter Mitty (1947), o filme parece agora ser um dos principais candidatos a esta temporada de prémios, contando com Ben Stiller (Greenberg) no papel principal. A ele juntam-se Kristen Wiig (Bridesmaids), Sean Penn (Milk), Adam Scott (Parks and Recreation), Shirley MacLaine (Terms of Endearment) e Patton Oswalt (Young Adult).

A Vida Secreta de Walter Mitty estreia em Portugal a 26 de Dezembro.

Hóspedes Indesejados, por Carlos Antunes


Título original: The Innkeepers
Realização: Ti West
Argumento: Ti West
Elenco: Sara Paxton, Pat Healy e Kelly McGillis

O primeiro dos sustos que Ti West prega a uma das suas personagens, ao mesmo tempo que ao espectador, é conseguido através de um daqueles vídeos que prolongam o silêncio até fazerem surgir um grito de incontáveis decibéis.
Tal susto serve como explicação simplificada do que o realizador entende como terror, uma espera calma e intrigante que só se revela num final súbito e intenso.
Se não estivéssemos avisados, julgaríamos que The Innkeepers não era senão um filme sobre a relação de contornos esbatidos entre os dois trabalhadores no último fim de semana de actividade de um hotel assombrado.
Eles brincam com a ideia de encontrarem provas dos fantasmas que ali caminham, mas estão no campo seguro de quem não acredita realmente que haja algo a descobrir ali.
Mas se ele é o fanático armado com câmaras e microfones, ela é a rapariga ligeiramente ingénua mais tentada a aceitar essas possibilidades.
A descoberta destes personagens neste contexto específico, que ocupa a maior parte do filme, é agradável, sendo possível criar um gosto por estas personagens sem necessitar que nos dêem uma visão do seu passado e, ainda mais, não tendo a certeza se algum dos dois irá ter um futuro passado este fim de semana.
Através deles ficamos a conhecer a história do lugar sem vermos reconstituições do passado e começa a instalar-se a dúvida sobre se há realmente algo ali para ser descoberto ou apenas uma esperança deles em que surja ainda uma solução - nem que sejam fantasmas que os perseguem - que permita a estas duas pessoas sem perspectivas nenhumas na vida, ao menos manterem o trabalho.
A dúvida continua a insinuar-se, tanto sobre as personagens como sobre nós próprios, à medida que os acontecimentos inexplicáveis se dissipam por motivos que os (ou nos) fazem sentir tontos por terem cedido aos receios mais insubstanciais da mente.
Ficamos sem saber se é loucura, desespero por atenção - uma das poucas hóspedes é uma actriz agora ganhando a vida com a sua sensibilidade aos espíritos e energias - ou crendice aquilo que depois começa a acontecer à personagem de Sara Paxton (que está surpreendentemente bem aqui).
Só sabemos que, o terrível desfecho, é culpa dela própria, fechando um círculo através do qual ela própria se colocou a jeito do que a esperava.
Todo o filme é essa maneira de nos obrigar a fazer esse investimento, a complementar o que está no ecrã dizendo-nos que os sustos são causados por nós tanto quanto pelo realizador.
Se bem que Ti West sabe usar a arquitectura do hotel, com o seu isolamento e a impositiva solidão sobre os personagens para criar o mais propício ambiente a que nos assustemos a nós próprios. Ele conhece as ferramentas clássicas do género e sabe como usá-las.
The Innkeepers é um conto de terror que se vale do ambiente e das nossas próprias expectativas - tanto desejo como insegurança face ao medo - para levar as suas intenções a resultarem.
Vale, por isso, bem mais do que muitos filmes de terror que se enchem de cenas escabrosas e truques de feira que obrigam muitos dos espectadores a fecharem os olhos em vez de os seduzirem a ver com cada vez mais atenção.




Crítica originalmente publicada a 18/03/2012