domingo, 29 de maio de 2011

Post Mortem, por Carlos Antunes


Título original: Post Mortem
Realização: Pablo Larraín
Argumento: Pablo Larraín
Elenco: Marcelo Alonso, Alfredo Castro e Amparo Noguera

Post Mortem baseia-se no confronto entre a individualidade e os acontecimentos globais que são, neste caso, os que levam à morte de Salvador Allende.
A individualidade é a de Víctor, escriturário da morgue que um dia é chamado a assistir à autópsia do próprio presidente.
Mas o mais importante na vida de Víctor continuará a ser uma relação com uma corista envelhecida e anorectica. Uma relação na qual ele permanece iludido, já que ela mal lhe responde.
Estática, frígida e insensibilizada, assim é a mulher que ele ajuda a sobreviver à revolução só para a ver acabar na cama com outro.
Mas é o seu próprio estado de paralisia emocional que o leva a optar por tal mulher.
A sua vida esvaziada, supomos que preenchida somente pela burocracia e pelos mortos, leva-o a esse comportamento de cavaleiro andante de boas intenções mal direccionados, que falha sempre a recompensa que lhe é devida.
O problema é que a história está desequilibrada. O trabalho de Víctor não contribui para acentuar a sua caracterização e nem os eventos do Chile parecem algo mais do que um pormenor.
O filme é enfraquecido pelos eventos que o suplantam e que, com isso, desviam as atenções da sua história, essa sim singular.


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